Menu

OAB vê ‘vícios e ilegalidades’ e quer investigação sobre acordo bilionário da Lava Jato

O Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou, nesta segunda-feira (18), o ingresso como amicus curiae na ação movida pela procuradora-geral, Raquel Dodge, contra o acordo bilionário firmado pela força-tarefa da Operação Lava Jato e a Petrobrás envolvendo ações nos Estados Unidos.

Comprovante. - Imagem: ReproduçãoComprovante. - Imagem: Reprodução

Segundo a entidade, há indícios de "vícios e ilegalidades" no fundo que seria constituído por meio do termo firmado entre a estatal e os procuradores e receberia metade do valor da multa.

A força-tarefa pediu a suspensão do acordo na semana passada, e a chefe do Ministério Público Federal questionou no STF a decisão da Justiça Federal que homologou o pacto.

A OAB diz que "irá manter o acompanhamento de outros procedimentos com idêntica natureza e indagará sobre o destino da arrecadação advinda das multas aplicadas em casos semelhantes".

O relator da matéria no âmbito do Conselho Pleno, conselheiro federal Jedson Marchesi Maioli (ES), destacou em seu voto que "houve um conjunto de vícios de ilegalidades no referido acordo, dentre os quais está aquele dos limites de atuação institucional do Ministério Público Federal".

"Resta evidente que o Ministério Público Federal pretende administrar os recursos advindos do acordo para gerir 50% dos recursos, relativos ao montante do fundo patrimonial, direcionado a investimentos em projetos sociais, educativos ou não, que reforcem a luta da sociedade brasileira contra a corrupção".

"À luz da Constituição Federal de 1988, o MPF não tem o condão de exercer a gestão destes recursos", afirmou em seu relatório.

O acordo e a repercussão
Os R$ 2,5 bilhões correspondem a 80% das penalidades definidas no acordo celebrado pela Petrobrás com autoridades dos Estados Unidos, divulgado em setembro de 2018.

Pelo acordo, esse montante será pago no Brasil, para ser revertido à própria estatal. A pedido da Procuradoria, a Justiça homologou o termo, que prevê que metade da cifra seja destinada a "um fundo patrimonial (endowment), cuja gestão será feita por uma fundação independente, ainda em fase de criação".

O fato de constar no acordo que parte dos valores seria destinada à entidade a ser constituída gerou reações negativas. Após a repercussão, força-tarefa da Operação Lava Jato pediu à Justiça a suspensão da constituição da fundação que iria gerir recursos oriundos de multa de R$ 2,5 bilhões paga pela Petrobrás em ação nos Estados Unidos.

A Procuradoria afirmou, nesta terça-feira (12), que "diante do debate social existente sobre o destino dos recursos, a força-tarefa está em diálogo com outros órgãos na busca de soluções ou alternativas que eventualmente se mostrem mais favoráveis para assegurar que os valores sejam usufruídos pela sociedade brasileira".

Por entender que, embora tenha um fim lícito — "a adequada aplicação de recursos públicos" —, o acordo extrajudicial firmado entre a Petrobrás e a força-tarefa Lava Jato no Paraná viola a Constituição, a procuradora-geral, Raquel Dodge, propôs uma Ação por Descumprimento de Preceitos Fundamentais (ADPF) contra a decisão judicial que homologou o pacto.

Apresentada na terça (12) ao Supremo, a ação pede em caráter liminar a suspensão do ato judicial e, no mérito, a nulidade da decisão. O pedido foi acolhido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Ao suspender a homologação do acordo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que "parece" ter ocorrido um "ilegal desvirtuamento" na execução do acordo realizado entre a estatal e o Departamento de Justiça norte-americano.

Diante da decisão do ministro Alexandre de Moraes, os 13 procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná requereram na sexta (15) à Justiça Federal o encaminhamento à Corte máxima de informações que, segundo eles, "podem ser relevantes" para a alteração do entendimento do magistrado.

Eles sustentam que Raquel sabia das negociações em torno do acordo desde que assumiu, em 2017.

Com Estadão



Publicidade

+ Brasil

Fabricante chinesa supera Volkswagen em disputa judicial e planeja lançar versão do Fusca no Brasil

Fabricante chinesa supera Volkswagen em disputa judicial e planeja lançar versão do Fusca no Brasil

A Volkswagen, fabricante alemã, acusou a Great Wall Motors (GWM), montadora chinesa de carros elétricos, de imitação des...

Chamadas suspeitas: Como reconhecer possíveis golpes telefônicos; veja aqui

Chamadas suspeitas: Como reconhecer possíveis golpes telefônicos; veja aqui

Quem nunca se viu nessa situação? O telefone toca, um número desconhecido aparece na tela e surge o dilema: atender ou n...

Preço dos alimentos aumentou, dizem 79% dos brasileiros ao Ipec

Preço dos alimentos aumentou, dizem 79% dos brasileiros ao Ipec

Pesquisa do Ipec divulgada neste domingo (21) aponta que 79% dos brasileiros acreditam que o preço dos alimentos aumento...

Aposta única ganha o prêmio de R$ 102,1 milhões da Mega-Sena; confira os números sorteados

Aposta única ganha o prêmio de R$ 102,1 milhões da Mega-Sena; confira os números sorteados

No último sábado (20), em São Paulo (SP), foi divulgado o resultado do concurso 2715 da Mega-Sena, com um prêmio total d...

Justiça mantém prisão de mulher que tentou obter empréstimo com cadáver do tio

Justiça mantém prisão de mulher que tentou obter empréstimo com cadáver do tio

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, em uma audiência de custódia realizada na quinta-feira (18), que Érika ...

André Marques revela batalha pessoal contra vício em tabaco

André Marques revela batalha pessoal contra vício em tabaco

O ex-apresentador da Globo, André Marques, expressou em suas redes sociais a luta que enfrenta contra o vício em cigarro...

Dicas de viagem: 8 aplicativos que todo viajante deveria conhecer

Dicas de viagem: 8 aplicativos que todo viajante deveria conhecer

É fato: a tecnologia continua facilitando a vida dos viajantes aqui no Brasil e ao redor do mundo. Com o surgimento de n...

Número de mortes por dengue em 2024 bate novo recorde e já é o maior do século no Brasil

Número de mortes por dengue em 2024 bate novo recorde e já é o maior do século no Brasil

Apenas neste ano, a dengue foi responsável pela morte de 1,5 mil indivíduos. A diminuição dos recursos do Ministério da ...

STF vai julgar novamente bloqueio do Telegram no Brasil; entenda o caso

STF vai julgar novamente bloqueio do Telegram no Brasil; entenda o caso

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai reavaliar uma decisão liminar de 2016 que suspendeu o bloqu...

Confira agora os documentos confidenciais de Moraes divulgados pelo congresso dos EUA

Confira agora os documentos confidenciais de Moraes divulgados pelo congresso dos EUA

A ala republicana da Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos EUA publicou um relatório acusando o Brasil de...

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos