Menu

Bolsonaro já inicia estudo de 'plano B' para aprovação do porte de armas

Apesar da pressão do presidente da República, o Senado derrubou, por 47 votos a 28, os decretos de 7 e 21, de maio, que flexibilizam as regras para o porte.

(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Foi a maior derrota imposta pelo Senado ao governo. Antes da votação, Bolsonaro usou redes sociais, eventos públicos e entrevistas para pedir votos a favor da proposta, uma bandeira de campanha. E ligou pessoalmente para senadores. "Não deixe o projeto morrer", disse ele nesta terça-feira (18).

"Temos de buscar uma alternativa, retirar um ponto ou outro, mas manter a espinha dorsal", afirmou a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

A reportagem apurou que há duas estratégias em curso no governo: a primeira é de avançar projetos de leis que já estão em tramitação no Parlamento. Um deles seria do ex-senador Wilder Morais (PP-GO) que permite a posse de arma em toda propriedade rural e não só no imóvel.

Outra estratégia é questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão do Congresso. Parlamentares governistas alegam que os decretos legislativos que tentam barrar as mudanças discutem o mérito da proposta e a possibilidade de o presidente decidir sobre isso.

Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni disse "ter certeza" de que o STF vai julgar, na semana que vem, procedentes os decretos. Mas a Corte já impôs derrota ao governo ao impedir que Bolsonaro acabasse com conselhos federais por decreto.

O presidente falou nessa terça em uma alternativa, sem precisar da aprovação legislativa: determinar ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que a Polícia Federal não dificulte a posse de armas em casa. "A Polícia Federal está sob meu comando. No Brasil, o grande 'reclamo' do pessoal do passado era com a PF, na questão de comprovar efetiva necessidade (quando o interessado explica porque deveria ter a arma)… Como presidente, isso vai ser atenuado." Mas, no Twitter, Bolsonaro ainda fez novo apelo à Câmara, pedindo que respeitem o "legítimo direito à defesa".

Se confirmada a queda dos decretos, segundo as assessorias do Executivo e do Legislativo, restará em vigor apenas o primeiro decreto de Bolsonaro relativo ao tema, de janeiro - sobre posse de arma em casa ou estabelecimento comercial.
Debate

Nesta terça, senadores criticaram o modo como a questão chegou ao Congresso. "O Senado não se intimida com esse bombardeio de robôs, de maníacos, reacionários, que acham que não é através do diálogo, da lei e da polícia que se resolvem as coisas. Que o presidente arme e treine os policiais, porque não podemos permitir que as pessoas cuidem sozinhas das próprias vidas", disse a senadora Kátia Abreu (PDT-TO).

Com base em parecer jurídico da consultoria do Senado, parlamentares contrários disseram que o Planalto extrapolou suas prerrogativas. O texto, diz a consultoria, tem nove pontos inconstitucionais e abre brechas para facilitar o acesso a armas. O decreto permite, por exemplo, que envolvidos em "atividade profissional de risco" e sob "ameaça à integridade física" tenham arma, o que inclui até advogados e jornalistas.

Antes da votação, dez senadores discursaram a favor e contra. Entre os defensores estava Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, que passou o dia telefonando para colegas e fez um dos discursos mais enfáticos. "O projeto de decreto legislativo (de anular a regra do presidente) é flagrantemente inconstitucional." O discurso foi interrompido por manifestação do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que levou cartaz com a frase "Armas não, livros sim" e angariou votos contrários com uma Bíblia na mão. "Vamos falar pra mulher estuprada que ela pode atirar um livro na cabeça do estuprador e não dar tiro para defender sua vida e integridade física", disse Flávio, em resposta.

"A defesa de sua política de segurança foi o que permitiu ao presidente ter a expressiva votação que teve", afirmou o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-CE). Para o senador Renan Calheiros (MDB-AL), "o que está na raiz desta decisão é se o presidente pode continuar governando por decreto". Ele destacou ainda publicação em rede social nesta terça do guru do bolsonarismo, o escritor Olavo de Carvalho, dizendo que "o Parlamento só existe para impedir que a vontade do povo prevaleça".

Com só 4 votos no Senado, o partido do presidente (PSL) votou unido para manter os decretos, mas as posições de MDB e PSDB foram fundamentais na derrota. Mais à noite, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sugeriu que o Congresso discuta em conjunto um projeto de lei, mas "em relação à posse de armas".

Com Estado de Minas



Publicidade

+ Brasil

Consulta ao lote residual de restituição do Imposto de Renda inicia nesta terça-feira (23)

Consulta ao lote residual de restituição do Imposto de Renda inicia nesta terça-feira (23)

A Receita Federal liberou nesta terça-feira (23) a consulta ao lote residual de restituição do Imposto de Renda Pessoa F...

Invasão ao sistema do governo federal não foi obra de hackers, diz Haddad

Invasão ao sistema do governo federal não foi obra de hackers, diz Haddad

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, negou que a recente invasão ao Sistema de Administração Financeira (Siafi) tenha s...

Fabricante chinesa supera Volkswagen em disputa judicial e planeja lançar versão do Fusca no Brasil

Fabricante chinesa supera Volkswagen em disputa judicial e planeja lançar versão do Fusca no Brasil

A Volkswagen, fabricante alemã, acusou a Great Wall Motors (GWM), montadora chinesa de carros elétricos, de imitação des...

Chamadas suspeitas: Como reconhecer possíveis golpes telefônicos; veja aqui

Chamadas suspeitas: Como reconhecer possíveis golpes telefônicos; veja aqui

Quem nunca se viu nessa situação? O telefone toca, um número desconhecido aparece na tela e surge o dilema: atender ou n...

Preço dos alimentos aumentou, dizem 79% dos brasileiros ao Ipec

Preço dos alimentos aumentou, dizem 79% dos brasileiros ao Ipec

Pesquisa do Ipec divulgada neste domingo (21) aponta que 79% dos brasileiros acreditam que o preço dos alimentos aumento...

Aposta única ganha o prêmio de R$ 102,1 milhões da Mega-Sena; confira os números sorteados

Aposta única ganha o prêmio de R$ 102,1 milhões da Mega-Sena; confira os números sorteados

No último sábado (20), em São Paulo (SP), foi divulgado o resultado do concurso 2715 da Mega-Sena, com um prêmio total d...

Justiça mantém prisão de mulher que tentou obter empréstimo com cadáver do tio

Justiça mantém prisão de mulher que tentou obter empréstimo com cadáver do tio

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, em uma audiência de custódia realizada na quinta-feira (18), que Érika ...

André Marques revela batalha pessoal contra vício em tabaco

André Marques revela batalha pessoal contra vício em tabaco

O ex-apresentador da Globo, André Marques, expressou em suas redes sociais a luta que enfrenta contra o vício em cigarro...

Dicas de viagem: 8 aplicativos que todo viajante deveria conhecer

Dicas de viagem: 8 aplicativos que todo viajante deveria conhecer

É fato: a tecnologia continua facilitando a vida dos viajantes aqui no Brasil e ao redor do mundo. Com o surgimento de n...

Número de mortes por dengue em 2024 bate novo recorde e já é o maior do século no Brasil

Número de mortes por dengue em 2024 bate novo recorde e já é o maior do século no Brasil

Apenas neste ano, a dengue foi responsável pela morte de 1,5 mil indivíduos. A diminuição dos recursos do Ministério da ...

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos