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Saiba como se programar para evitar transtornos em véspera de viagem durante as férias

Com a chegada das férias, aeroportos, estradas e rodoviárias ficam mais cheios. No entanto, muito mais que apenas arrumar as malas, viajar exige planejamento e preparo para evitar transtornos. Algumas recomendações devem ganhar atenção especial quando uma viagem está próxima.

Foto Ilustrativa/Reprodução InternetFoto Ilustrativa/Reprodução Internet

Em março deste ano, o artigo 83 da Lei nº 8.069/90, que rege o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), passou por modificações. Anteriormente, crianças e adolescentes com mais de 12 anos podiam realizar viagens nacionais desacompanhadas e sem autorização judicial. Mas, por meio da lei 13.812/19, jovens com menos de 16 anos precisam do documento para que o embarque seja permitido.

A liberação pode ser solicitada em quatro postos de atendimento. Ela é gratuita e tem validade de 90 dias. O documento é dispensável quando o jovem viajar com parente até terceiro grau, com mais de 18 anos. Em caso de viagem internacional, a autorização deve conter a assinatura do pai e da mãe. É fundamental que, nos dois tipos de viagem, adolescentes a partir de 12 anos apresentem documento de identidade. Certidão de nascimento não valerá.

A supervisora da Seção de Apuração e Proteção (Seapro) da Vara da Infância e da Juventude (VIJ), Ana Luiza Müller, explicou que a autorização pode ser tirada na hora do embarque. "O responsável deve aparecer em qualquer posto de atendimento com seus documentos e o do filho. Ele não precisa estar presente. A autorização fica pronta na hora e é bem rápido. É um método mais seguro tanto para os pais quanto para as crianças", disse.

A nutricionista Alessandra Paiva, 48 anos, precisou emitir a autorização para o filho de 14 anos viajar sozinho para São Paulo. Antes de ir até o posto de atendimento no Aeroporto, ela pesquisou como é o processo de solicitação. "Trouxe os documentos necessários e logo fui atendida. Foi bastante rápido. Além de o serviço funcionar bem, traz segurança. O nosso país passa por um momento tão complicado, com tantas crianças desaparecendo, acontecimentos pavorosos. Assim fico mais tranquila", afirmou.

Morador de Goiânia, o designer Orlando Lemos, 48, concentra a viagem das filhas no aeroporto da capital. A mais velha, Ana Bertazzo Lemos, 16, embarcou para Lisboa, onde mora com a mãe. No passaporte da adolescente tem a assinatura dos pais que autoriza o deslocamento da cidade portuguesa para Brasília e vice-versa. "Para mim é algo bastante comum, porque desde os 9 anos eu viajo sozinha. Nunca tive medo. Sei que muita gente acaba tendo complicação com essa liberação, mas para mim deu tudo certo e eu tenho esse livre acesso aos dois países", contou a estudante.

Após o embarque de Ana, foi a vez de a pequena Catharina Lemos, 4, voltar para casa. No caso dela, que ainda não pode viajar sozinha, o pai teve que acompanhar até Belo Horizonte (MG), onde a menina mora com a mãe. "Ela é muito novinha ainda para ir sem mim. Me despeço delas depois de 15 dias juntos. Mas sei que as duas vão chegar em segurança e isso me conforta bastante", ressaltou o designer.

Vacinação em dia

Cuidar da saúde é outro passo fundamental antes de viajar. Para ir a alguns estados e países é necessário estar com a caderneta de vacinação em dia para evitar vários tipos de doença, como a febre amarela. O ideal é visitar um médico com, pelo menos, um mês de antecedência, pois muitos medicamentos levam dias ou até semanas para gerar os anticorpos capazes de combater as enfermidades.

Assim que o turista escolher para onde vai, é importante saber se o destino é uma área de recomendação de imunização. O viajante que mora em área sem recomendação e vai viajar para uma região também sem recomendação, não precisa se vacinar. Contudo, é essencial que todos mantenham as vacinas atualizadas, de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

Vários destinos dentro do país são considerados área de recomendação. Além disso, cerca de 135 países exigem que o viajante tenha o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), documento que comprova a vacinação contra a febre amarela, emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele só é necessário se o cidadão vai viajar para países que exigem a comprovação e se, no meio da viagem, houver conexão em países que façam a exigência.

"A grande preocupação é que o deslocamento humano pode trazer doenças conhecidas e que estão controlados no Brasil. Daqui saem muitos missionários religiosos funcionários públicos do Itamaraty, do Ministério das Relações Exteriores, entre outros, por isso, a imunização deve estar em dia. Doenças como chikungunya, zika e até a dengue vieram de outros continentes", ressaltou Luiz Fernando Carvalho, médico epidemiologista do ambulatório do viajante do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Na próxima semana, o administrador Thiago Gonçalves, 33, vai à lazer para Costa Rica e Panamá. Assim que escolheu o destino, procurou saber quais vacinas deveria tomar para ir ao destino sem preocupações. "Eu já vacinei contra febre amarela em um posto de saúde. Hoje (ontem), vim tomar a tríplice viral no Hran. A consulta é ótima e foi bastante esclarecedor. Além da vacina, o médico deu orientações sobre alimentação, ele investigou bem a rotina de onde eu vou. Me sinto bem mais seguro", afirmou.

Revisão antes de pegar a estrada

Além das pessoas, os carros também precisam estar em pleno funcionamento antes de ir para a estrada. Aqueles que optam por viajar com o veículo próprio, devem fazer uma revisão reforçada para garantir uma viagem segura. Para o professor de engenharia automotiva Alessandro Borges, em termos de manutenção, o primeiro aspecto do carro que deve ser analisado é a suspensão. Depois o alinhamento, balanceamento e a condição dos pneus.

"Depois disso, é importante olhar se as pastilhas de freio não estão muito finas, senão tem que trocar. Outra coisa que é muito importante, é evitar o excesso de carga. O ideal é não usar aquele bagageiro em cima do veículo, porque eleva o centro de gravidade e o carro pode ficar desestabilizado e fica mais fácil acontecer um acidente", ressaltou.

O professor observou ainda que a parte elétrica do carro, como setas e faróis também devem estar em pleno funcionamento. "Tudo depende de planejamento. Assim o condutor vai saber quantas parada fará. Lembrando que a cada duas, três horas, o corpo humano fica cansado e a gente passa a perder um pouco mais a atenção. É bom dar uma parada para se esticar, tomar um líquido e depois continuar a viagem. Isso garante uma viagem segura", reforçou Alessandro.

Sempre que fazem viagens curtas, a professora Adriana Souza, 36, o marido Pablo Barbosa, 40, e a filha Agatha Souza, 5, vão de carro. Para não se deparar com imprevistos, a família não abre mão de manter a inspeção do automóvel em dia. "Verificamos o nível do óleo, pneus, lâmpadas, água, se os freios estão em perfeito estado e se estepe está calibrado", disse.

Ela lembra que há alguns anos, arrumaram o motor do carro dias antes de fazerem uma viagem para o Espírito Santo e o veículo quebrou a 700 km de Brasília. "Foi um transtorno para achar oficina para fazer o concerto. Foi aí que analisamos e chegamos a conclusão que deveríamos ter testado alguns dias antes, dentro da cidade, antes de viajar. Depois dessa a gente não deixa de fazer tudo certinho", completou a professora.

Com Estado de Minas



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