Familiares se despedem de João Miguel; pai preso por desviar dinheiro de tratamento não foi ao enterro
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Em velório, amigos e parentes se despediram do pequeno João Miguel, de dois anos, nesta sexta-feira (18), em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas Gerais.
Ele morreu nessa quinta-feira (17) em Belo Horizonte, vítima de uma atrofia muscular espinhal (AME), doença degenerativa grave.
O pai de João Miguel, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, não foi ao enterro. Ele está preso suspeito de desviar cerca de R$ 600 mil do dinheiro arrecadado em uma campanha para custear o tratamento da criança.
O advogado dele Túlio César de Melo Silva, disse ao G1, na manhã desta sexta-feira (18), que Mateus preferiu não comparecer ao cemitério.
A última postagem do perfil oficial da campanha de ajuda para o tratamento de João Miguel é um vídeo em que a mãe agradece os parabéns que o garoto recebeu pelo aniversário de 2 anos, no dia 7 de outubro.
No dia 30 de agosto, o pequeno foi submetido à primeira dose do remédio. Esta dose foi comprada pelo governo, após uma liminar da Justiça conseguida pela advogada da família meses antes da denúncia contra o pai. Cada dose tem um custo de R$ 341 mil.
A campanha para recolher dinheiro para João Miguel comoveu os moradores de Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas Gerais, onde a família mora. Em quase um ano, foi arrecadado mais de R$ 1 milhão. Depois da liminar, no dia 14 de junho deste ano, a campanha foi suspensa e o dinheiro foi bloqueado.
Investigação contra o pai
O pai de João Miguel, Mateus Henrique Leroy Alves, foi preso em um hotel em Salvador no dia 22 de julho deste ano, após a mãe de João Miguel denunciá-lo.
A Polícia Civil o prendeu após receber informações de que ele teria viajado a passeio com parte do valor arrecadado em uma campanha para pagar o tratamento do pequeno João Miguel.
Uma reportagem especial do Fantástico revelou que Mateus, segundo gravações telefônicas gravadas pela polícia, pode também estar envolvido em um esquema de agenciamento de garotas de programa.
O Ministério Público denunciou o pai por estelionato e abandono material contra o filho. De acordo com a denúncia, Mateus gastou cerca de R$ 600 mil de um total de R$ 1 milhão arrecadado em campanhas na cidade, com corrida e shows, e ainda nas redes sociais. A defesa dele nega que ele tenha cometido os crimes.
Mateus Henrique está sendo julgado em Conselheiro Lafaiete por estelionato e e abandono material contra o filho. A sentença deve ser divulgada até o fim deste mês.
A Polícia Civil informou que o inquérito sobre lavagem de dinheiro ainda está em andamento.
Com G1