Crise Econômica: Pessoas que vivem com salário mínimo reclamam de dificuldade para comprar itens básicos de sobrevivência
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Você que recebe um salário mínimo, que em 2021 é de R$ 1.100, na verdade tem em mãos R$ 1.038, isso porque é necessário descontar a inflação, que é o aumento generalizado dos preços de produtos e serviços, para se ter a real noção do valor que se tem. A sensação é de que o dinheiro está valendo menos.
A vendedora Olívia, de 65 anos, diz que com o aumento dos preços o dinheiro parece valer cada vez menos. “Hoje com R$ 100 você já não compra mais nada. Antes eu conseguia comprar leite, açúcar, pó de café, óleo, arroz, hoje você não consegue comprar mais. As coisas estão tão assustadoras que tem hora que eu fico pensando assim ‘o que está acontecendo?’ O salário congelado, mas tudo aumenta. A gasolina está um preço absurdo e alimento também.”
O aposentado Geraldo de Assis Ribeiro, de 76 anos, também reclama. “Eu estou achando muito difícil comprar as coisas porque eu ganho salário dos aposentados, de modo que para a gente comprar as coisas hoje está sendo muito difícil. Há uns tempos atrás o salário dava para comprar as coisas por mês e ainda sobrava uns trocados, mas agora não está sobrando.”
A percepção de que o dinheiro parece valer cada vez menos é confirmada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), como explica o supervisor técnico e economista, Fernando Ferreira Duarte. “O poder de compra do salário mínimo no Brasil há muitos anos é baixo. No período aonde você tem uma inflação acelerando esse salário perde poder de compra até o próximo reajuste. Mesmo pensando que em 1º de janeiro do ano que vem a gente vai ter um reajuste do salário mínimo, esse período entre duas datas de reajuste é muito sofrido para esses trabalhadores que ganham salário mínimo porque já tem uma renda baixa e ao longo de um período dessa renda sendo corroída pela inflação do ano.”
“De 2009 para cá a cesta básica em Belo Horizonte ficou no patamar aonde um salário mínimo conseguia ao longo de todo esse período comprar no mínimo duas cestas básicas, hoje a cesta básica em Belo Horizonte está no valor de R$ 562,95 onde um salário mínimo de R$ 1.100 não consegue adquirir duas cestas básicas”, completa.
Gastos básicos com habitação, que entram as contas de luz e de gás, com transporte e aí tem o aumento no preço dos combustíveis, e alimentos de um modo geral, impactaram em muito o poder aquisitivo da população. “Até o momento a perda do poder de compra do salário mínimo, pensando que o reajuste se deu em 1º de janeiro de 2021, é da ordem de 5,6% e para você recompor poder de compra do salário mínimo tinha lá em 1º de janeiro você precisaria hoje de um reajuste de 5,94%, em uma expectativa de que a inflação continue alta pelos próximos meses, então provavelmente o salário mínimo deverá ser reajustado na casa dos 8% esse ano para recompor o poder de compra.”
Com Itatiaia