Em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Fundação Dom Cabral, o Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM realizou o 2º Congresso Lusófono de Comportamento Organizacional e Gestão, entre os dias 26 e 29 de setembro. Estiveram presentes representantes de diversos países, das principais universidades de língua portuguesa, com o objetivo de discutir alternativas de gestão e organização voltadas para um desenvolvimento mais sustentável.
Principal mentor do Congresso, o professor Albino Pedro Lopes, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa, esteve presente no evento e defendeu uma maior diversidade de pensamento dentro dos modelos de gestão.
“Muitos dos problemas de crise tem a ver com a forma como se gere, com a forma como muitas vezes não se inova, se prescinde da maneira de pensar das pessoas, do estimulo à criatividade que toda pessoa tem. E nós pensamos que o mundo lusófono tem uma criatividade, mas muitas vezes os gestores não sabem tirar partido dela”, defende.
Na opinião do professor Carlos David Sotomani, da Universidade Politécnica de Moçambique, os países lusófonos possuem uma cultura peculiar, marcada pelo tropicalismo, e devem rever os modelos de gestão adotados, muitas vezes herdados de países como Inglaterra e França. “O meu doutorado foi para tentar explicar como o papel desta cultura interfere na organização e no ponto de vista das lideranças e, sobretudo, como são organizadas. Por isso é importante tentarmos nos aproximar neste congresso”, avalia o doutor, que pela primeira vez veio a Sete Lagoas. “Eu fiquei com uma boa impressão, achei uma cidade pacata, com gente simples e um ambiente muito agradável”, observa.
Segundo a Coordenadora Geral, Adelaide Baeta, a atual crise econômica mundial, que persiste principalmente em países desenvolvidos, trouxe desafios às organizações e impõe um debate sobre temas importantes como as Parcerias Público Privadas (PPP), alianças estratégicas, urbanização crescente, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida como item para a gestão.
“Diante deste cenário, propusemos duas perguntas para o Congresso. A primeira é até que ponto os países lusófonos, sobretudo as economias emergentes, apresentam formas e comportamentos organizacionais alternativos? Um segundo ponto é saber quais os desafios e a contribuição para essa dimensão”, observa Adelaide Baeta. Para isso, foram divididos cinco eixos temáticos de onde se propõem a identificação de alguns indicadores importantes para tratar sobre os assuntos propostos.
Dentre as discussões apresentadas durante o 2º Congresso Lusófono, o professor Joaquim Ramos Silva, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, destacou que muitas vezes as crises mundiais exigem mais dos países lusófonos, que muitas vezes passam por períodos de desemprego e dificuldades, como o que ocorre hoje em Portugal.
“Mas nós temos que ver as crises também como oportunidades para reestruturar as nossas sociedades, melhorar o que está errado. E a partir dos anos 2000, com a rede, tivemos essa maior facilidade de contatos e, sobretudo, com nossa aproximação da língua, tornou-se importante para ajudarmos a compreender e ver maneiras de ultrapassarmos essas dificuldades”, defende Joaquim Ramos Silva.
Ascom Unifemm