Fechado há muito tempo e sem previsão para reabertura, o parque da cascata de hoje não é nem de longe aquele que atraia visitantes e turistas de outras cidades em um passado não muito distante. Depois de uma longa caminhada por trilhas no alto da serra, a reportagem do SeteLagoas.com.br esteve no parque e encontrou a resposta para a negativa da secretaria de Meio Ambiente em reabrir o cartão postal.
Nos primeiros passos já dentro da cascata encontramos com os moradores atuais da área, uma família de capivaras, sete no total, entre eles um filhote. No lugar dos visitantes estão dois vigias que não se incomodam com nossa equipe, apesar de serem de poucas palavras.
O verde que predominava entre a mata, hoje não é cor única e divide espaço com o marrom de galhos secos e o preto das peças queimadas. Foi o que restou de um incêndio no fim do último ano que devastou grande parte da já pouca mata atlântica que Sete Lagoas ainda tem.
Mas o que mais preocupa e assusta, apesar do estrago a sua volta, é a lagoa. Seca e com a pouca água que ainda resta com um aspecto barrento, o lago está em uma situação jamais vista em sua história. Levamos as imagens para o professor de mecânica de solos da Unifemm, Luiz Marcelo Aguiar Sanz, opinar sobre a possibilidade de reversão no dano ambiental da área.
No primeiro momento, o professor não acreditou que aquele era o mesmo parque da cascata onde passeava com a neta há cinco anos. Passado o susto, Marcelo apresenta duas ações que devem ser tomadas imediatamente se o município quiser reabrir o parque um dia.
“A primeira coisa que temos que fazer é proteção contra fogo porque essa floresta que está aí precisa ser protegida porque é um dos resíduos de mata estacional semidecidual (bioma de mata atlântica) da região que está aí dentro (do parque). E a segunda coisa que a gente precisa combater é a erosão”, alerta.
O professor, porém, evita falar sobre tempo para que a vegetação se recomponha a partir do estágio em que se encontra, mas faz um alerta perigoso sobre a possibilidade de o parque deixar de existir. “O tempo para recuperar vai depender das chuvas e as espécies florestais não são anuais como o milho que cresce em quatro meses, isso é questão de anos. Mas se não proteger agora a tendência é mesmo acabar um dia”, prevê se não houver ações preventivas imediatamente.
A secretaria de Meio Ambiente informou apenas que a lagoa está vazia por causa da falta de chuva que assola não só a cidade, mas todo o Brasil. Em 2014 muito se falou sobre um possível plano de manejo para a área, mas com a falta de recursos do município, o assunto perdeu força e o Meio Ambiente evita comentar sobre o parque.
Por Marcelo Paiva com fotos de Alan Junio
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