O atual secretário municipal de Desenvolvimento e CEO da Siderúrgica Barão de Mauá defende o diálogo entre as esferas pública e privada como importante caminho para o crescimento econômico da cidade

Foto: Marta Lucena

O empresário Bruno Chaves Violante, CEO da Siderúrgica Barão de Mauá e atual secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo de Sete Lagoas, tomou posse como novo presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Sete Lagoas, para o biênio 2018-2020, na última quinta-feira, dia 17 de maio, na sede da instituição. Ele substitui Flávio Fonseca, da Felt Elétrica, que deixa o cargo depois de dois mandatos consecutivos à frente da instituição.

A cerimônia foi marcada por declarações coerentes e alinhadas na defesa do diálogo e da união entre poder público e iniciativa privada para o efetivo crescimento econômico de Sete Lagoas. Esse pensamento esteve presente e latente em todos os discursos proferidos por representantes do poder público – como o do prefeito Leone Maciel -, da sociedade civil e da comunidade empresarial de Sete Lagoas, em especial, no de Bruno Violante. “Às vezes, o poder público não entende a iniciativa privada e vice-versa. Precisamos dialogar sempre para encontrarmos soluções que agreguem desenvolvimento para Sete Lagoas”, disse o novo presidente da ACI.

O prefeito Leone Maciel concordou e, em seu pronunciamento, explorou as dificuldades financeiras do município e reforçou que a prefeitura precisa do “auxílio” da comunidade empresarial no trabalho de trazer mais organizações para a cidade. “Sete Lagoas possui as melhores condições de Minas para novos empreendimentos: temos gás, fibra ótica, terreno plano, mão de obra especializada. Temos tudo, só precisamos trabalhar juntos”, concluiu. Já o deputado Douglas Melo reforçou esse coro e pontuou que, quando há um esforço conjunto, as coisas realmente acontecem de forma mais satisfatória. Ele lembrou, por exemplo, que a criação da 19ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP) na cidade, em 2016, só foi possível porque houve grande envolvimento da ACI, ainda na gestão anterior.

Por sua vez, o antecessor de Violante, Flávio Fonseca, não só intensificou o apelo ao diálogo, como também à participação ativa dos atores sociais. “Precisamos nos perguntar quantas vezes fomos à uma reunião na Câmara Municipal, se participamos das atividades de alguma entidade, se nos preocupamos com as coisas de nosso bairro. Precisamos ser cidadãos conscientes e atuantes.”

Visão empreendedora e posicionamento bem-definido

Jovem, com 36 anos, Bruno Violante representa uma nova geração de empreendedores que acredita na participação, cooperação e inovação empresarial como um caminho para o desenvolvimento socioeconômico da cidade. “Como secretário municipal, compreendi que o diálogo é o mais importante, principalmente entre as esferas pública e privada. É preciso saber conversar, receber e ouvir a todos. Os empresários de Sete Lagoas precisam se engajar e ser envolvidos nas discussões do município. Eles têm muito a contribuir nesse debate e serão diretamente influenciados pelos projetos de futuro que estão sendo desenhados”, declara.

Tal defesa se baseia em sua própria experiência como industrial e secretário municipal de Desenvolvimento, pela qual o novo presidente da ACI enfrentou e avançou em questões fundamentais como aproximação entre empresas e governos, segurança pública, licenciamento ambiental e turismo. Ao longo de sua gestão, iniciada no final de 2016, Violante implantou diversos projetos que vão agregar crescimento socioeconômico para a cidade, e que foram amparados pelo diálogo constante entre instituições públicas municipais, estaduais e federais e a iniciativa privada.

“Pelo seu estatuto, a ACI não é e nem tem a intenção de ser uma entidade política. Porém, vivemos um momento muito politizado em que a internet imprime grande velocidade às discussões de temáticas do interesse coletivo. Ao mesmo tempo, nesse ambiente digital em que as redes sociais imperam, todas as mudanças que vivenciamos têm motivado muitos debates, geralmente superficiais, sem um conhecimento aprofundado de contextos e variáveis, gerando mais monólogos injustos do que discussões construtivas”, declarou durante a posse na ACI.

Na opinião de Bruno Violante, o entendimento mútuo entre poder público e a iniciativa privada precisa ser ampliado. Na sua visão, a solução para esse impasse passa pela ação política e está no debate permanente, transparente, ético e saudável entre as duas pontas. “As melhores cidades para se viver são aquelas em que indústria, comércio e o setor de serviços têm força e voz para interagir com o governo e a população locais, e cuja realidade socioeconômica, suas principais questões e o papel de cada um desses atores são bem absorvidos em todas essas esferas”, refletiu. Ele acrescenta que esses debates podem e devem ser pautados pela liberdade de expressão, mas que toda opinião deve ser cuidadosa e crítica, considerando os diferentes olhares sobre uma mesma temática.

Em seu discurso, Violante destacou ainda que é necessário se atentar para um detalhe importante: os governos federal, estadual e municipal só existem pela entrada de impostos no caixa. “Não tem nenhuma outra forma de capitalização do setor público que não seja pela arrecadação de tributos. E não há geração de impostos por desempregados ou empresas paradas. Os governos vivem, necessariamente, da política tributária aplicada às organizações em operação e às pessoas empregadas. O princípio está na empresa e no emprego, e não no poder público.”

O novo presidente da ACI citou que um exemplo da falta de um diálogo mais amplo é um fenômeno brasileiro que ele mesmo apelidou de Darwinismo Setorial Governamental, que ele explicar se tratar da seleção - promovida pelo governo - dos segmentos ou empresas dentro de determinados setores que devem ou podem receber incentivos fiscais. O resultado dessa política, hoje, são categorias que receberam incentivos fiscais e se tornaram fortes e pujantes, enquanto outras, que não tiveram esse apoio, ficaram nanicas e endividadas com a própria União. E o ponto é esse: a intervenção econômica do Estado, se não discutida com todos, pode trazer grandes distorções econômicas.”

Assim, na opinião de todos os presentes à cerimônia de posse da nova diretoria da ACI, a forma de recuperar a economia brasileira é a mesma que deve ser aplicada à restauração da democracia do país. “É pela empatia entre empresários, poder público e sociedade, e por meio da atuação de instituições fortes e do equilíbrio entre esses poderes. Cidadania é mais que votar ou pagar impostos. Cidadania de verdade é participar, se envolver e, se necessário, criar turbulência, porque não?! Temos a responsabilidade com nós mesmos, com o que acreditamos e com as futuras gerações de fazer o sistema funcionar. Mesmo que mudar uma cultura arraigada como a do brasileiro – que acredita que o Estado é o único provedor de tudo - seja algo tão complexo, o momento pede muito essa transformação e esse esforço conjunto”, declarou em seu discurso.

Para isso, Violante tem como objetivo desenvolver com a ACI, Sindicomércio e CDL uma ponte de comunicação e ação efetiva junto à Prefeitura de Sete Lagoas. Essa integração visa debater e implantar políticas públicas municipais voltadas ao desenvolvimento social, econômico e cultural do município, e de projetos com as indústrias, comércio e empresas de serviços. O fomento dessa articulação tem ainda como intuito a captação de novos empreendimentos em todas as áreas, o estímulo a projetos turísticos, de segurança, agronegócio, entre outros que gerem impactos socioeconômicos positivos na cidade.

Sobre Bruno Violante

Como empreendedor de Sete Lagoas, a atuação de Bruno Violante vem desde o final de 2004. Hoje é CEO da Siderúrgica Barão de Mauá e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Turismo. Há mais de 15 anos, o novo presidente da ACI assume posições de lideranças como executivo sênior em áreas como produção, logística e finanças.

Entre suas habilidades e competências, Violante se destaca na condução de interfaces com grandes empresas para a busca de soluções conjuntas, na interlocução com os governos federal e estadual em negociações de cargas tributárias, parcelamentos e débitos, e na articulação de acordos em cenários adversos, com restrições de capital de giro, por exemplo. Nessa trajetória, já ocupou cargos de liderança em entidades representativas do setor empresarial como o de presidente da ACI Jovem e o de diretor do Sindifer.

Nova diretoria executiva da ACI

Confira a composição da nova diretoria da ACI:

Presidente - Bruno Chaves Violante

Vice-Presidentes: Flávio Túlio Costa Fonseca, Eduardo Antônio Rocha Oliveira Rocholi, Alberto Medioli, Marco Antônio Branquinho Júnior e Antônio Pontes Fonseca.

Secretária: Rosani Aparecida Souza Lopes

Secretária-adjunta: Eunice Silva Duarte

Tesoureiro: Aluísio Barbosa Júnior

Tesoureira-adjunta: Ana Célia De Almeida Cardoso

Diretor-industrial: Cleiton Matiolo

Diretor-comercial: Orlando Giordani De Moura

Diretor de Comunicação: Francisco Maia Barbosa Duarte

Diretor de Expansão: Edson Júnior Teixeira Da Silva

Diretor-procurador: Geraldo Faustino Mateus

Com Asssessoria ACI