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Criação de peixe permite alimentar e ensinar profissão a internos em Sete Lagoas

Tanques cheios de peixes estão mudando a rotina e ensinando um ofício a internos da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Sete Lagoas, na região Central do Estado. A iniciativa é uma parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o poder judiciário mineiro.

A previsão inicial é alcançar cerca de 200 quilos de tilápia mensalmente; os peixes precisam alcançar 900 gramas para serem comercializados/ Foto: Divulgação EpamigA previsão inicial é alcançar cerca de 200 quilos de tilápia mensalmente; os peixes precisam alcançar 900 gramas para serem comercializados/ Foto: Divulgação Epamig

O Centro de Referência em Ressocialização, Extensão e Pesquisa e Aquicultura Intensiva e Integrada (Crepai) abrange a criação de tilápias em uma estrutura implantada na instituição para alimentar os próprios recuperandos. 

Também há possibilidade de a unidade participar de algum programa de alimentação escolar do município ou mesmo fornecer a um menor custo o pescado para as famílias dos detentos.

Os internos são os responsáveis diretos pelo manejo diário do setor de piscicultura. O trabalho engloba várias atividades, como os tratos com ração específica, o monitoramento de qualidade de água e do comportamento dos peixes e limpeza.

Segundo Giovanni Resende, pesquisador da Epamig, a rotina dos recuperandos segue atividades de formação em abrangência. “Eles também verificam o funcionamento da estação de tratamento do efluente e fazem os tratos e colheita das culturas que se desenvolvem na aquaponia e camas de cultivo (local onde ficam os peixes recém saídos do ovo)”.

Os que estão envolvidos no processo já fazem planos para quando saírem da Apac. É o caso de Breno Douglas, que afirma que o ofício ajudou na recuperação. “Quando sair daqui, não ficarei perdido e sem rumo na vida. Vou criar peixes”, afirma.

O rapaz participou da implantação da aquicultura – ambiente aquático para criação de peixes – na unidade. “Conheço todo o projeto. Fazer de tudo para os tanques funcionarem e os peixes sobreviverem, se reproduzirem. A minha primeira tarefa do dia é mexer nos tanques, ver a temperatura da água, o funcionamento da bomba. Já recebi aqui quatro remessas de peixes”.

Estrutura

Na Apac de Sete Lagoas foram instalados sete tanques suspensos, com cerca de 4,5 mil litros. Dois deles são destinados à recriação dos peixes, que chegam com um a dois gramas e permanecem por 60 dias nessa fase.

Depois, mês a mês, o lote é transferido para o tanque de terminação, onde permanece por cinco meses, até alcançarem peso comercial, que é de cerca de 900 gramas.

A previsão inicial, com essa estrutura produtiva, é de alcançar cerca de 200 quilos de tilápia mensalmente, após a estabilização, que se dá com sete meses após o primeiro lote de alevinos ter sido entregue à Apac.

A expectativa é a de implantar mais dois módulos, com tanques de maior volume (dez litros), que vão possibilitar a produção mensal de pelo menos 400 quilos, cada um, segundo o pesquisador Giovanni Resende.

Da Redação com Hoje em Dia



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