É marcado julgamento de pai de santo acusado de matar e ocultar corpo em Sete Lagoas
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O pai de santo Elson Dias Ribeiro (52), conhecido como “Pai Elcinho”, teve seu julgamento marcado para a próxima quinta-feira (28) pela Justiça de Sete Lagoas.
Ele é acusado pela morte e ocultação de cadáver de Rodrigo Fulgêncio de Freitas (26), que foi degolado e enterrado na propriedade do réu, nos fundos da Associação Espírita Cultural Ilê de Xangô, localizada no bairro São Geraldo.
O crime foi cometido em abril de 2018 e o corpo foi encontrado um mês depois. Para a Justiça, a vítima foi morta em um ritual de magia negra.
As investigações apontam a participação de dois adolescentes, de 15 e 16 anos, no delito. Eles teriam ajudado a enterrar o corpo. Ambos “moravam com o pai de santo”, afirma o tio da vítima, um advogado de 46 anos que não quis ser identificado.
Ainda segundo o tio, “quando o menor de 15 anos foi mostrar onde estava o corpo, ele também indicou a bacia usada para colher o sangue” do sobrinho. “Rodrigo foi degolado. Cortaram o pescoço dele na altura da jugular e ainda esfacelaram a cabeça dele”, finaliza.
Rodrigo trabalhava na loja do tio como montador de móveis e, dias antes de ser morto, contou que estava em um churrasco na casa de Elson. Segundo ele, o pai de santo havia prometido fazer um trabalho para que ele recuperasse a família. “Meu sobrinho deixou uma filha recém-nascida, que fez 1 ano agora em fevereiro, e outra de 6 anos”, diz o tio.
O adolescente de 16 anos narrou à polícia que o pai de santo queria sangue para fazer um trabalho. No entanto, ele alega não ter participado do assassinato, tendo ido dormir em um cômodo diferente, deixando Elson, o menor de 15 anos e Rodrigo no terreiro, sendo então acordado pelo pai de santo no dia seguinte, para que ajudasse o outro adolescente a enterrar o corpo.
O garoto de 15 anos está foragido.
Investigação feita pelo tio
Foi o tio de Rodrigo quem descobriu os assassinos do sobrinho, seguindo pistas por conta própria. “Comecei a correr atrás. Primeiro, o pai de santo me falou que não conhecia o meu sobrinho”, conta. Porém, antes de ser morto, o sobrinho havia enviado uma foto junto de Elson e dos adolescentes para o tio.
Ao ameaçar chamar a polícia, o pai de santo contou sobre Rodrigo ter saído com o menor de 15 anos por volta das onze da noite. O tio então foi à casa do adolescente, onde descobriu, por meio da mãe do suspeito, que o filho morava com Elson. “Então eu fui direto à polícia”, disse o tio.
No ato de prisão, o pai de santo afirmou à polícia que é homossexual e que estava apaixonado pela vítima, mas não era correspondido. Ele ainda negou ter participado do assassinato.
Com O Tempo