Durante o percurso ele destacou que boa parte das falhas na cidade se devem a problemas antigos, em especial os buracos pelas ruas da cidade e a estrutura de canalização do SAAE. De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, a intenção da visita era dar visibilidade aos trabalhos realizados pela prefeitura na cidade e a rota inicial era de se visitar 10 das 25 obras em andamento pela cidade.
O primeiro lugar visitado pela comitiva foi a construção da Escola Municipal Rodrigues Branco, que será a maior escola Municipal da cidade, atendendo 1.200 alunos da região do CDI. As construções já estão adiantadas e a previsão de fim das obras é para abril deste ano.
Para a doméstica Ivanete de Jesus dos Reis, moradora do CDI, a construção da escola vai melhorar a condição dos filhos que estudam. “Hoje pra levar as crianças na escola, tem que pegar lotação ou andar muito, os moradores do bairro precisavam mesmo desta escola. As melhorias para o CDI demoram muitos anos para acontecer, estes problemas são de muitos anos”, informou.
A segunda obra visitada também fica no CDI e atende uma demanda antiga dos moradores, que convivem com ruas completamente destruídas pelas chuvas. O problema é causado pela estrutura de diversas empresas na região. Muitas delas ao serem construídas não realizaram um planejamento correto de escoamento das águas pluviais, além de impermeabilizarem boa parte do solo. Com isso as chuvas escoam de forma errada, prejudicando diversas ruas do bairro.
Anderson Alves, mora há mais de quatro anos na Rua 6, uma das atingidas pelo problema, e conta que a destruição da rua onde mora não é novidade. “Meu maior medo são as crianças, pois além do risco de se machucar nos buracos e pedras, ainda tem o problemas dos animais peçonhentos. Já encontramos muitas cobras e lacraias por aqui”, contou enquanto indicava o entulho com o que restou da pavimentação da rua.
O prefeito Maroca explicou que a reforma das ruas danificadas será feito após o fim das obras de canalização da água da chuva, que deve ser finalizada em 15 dias. “É importante que seja feita uma obra definitiva para que o problema não volte a ocorrer. Se as ruas danificadas no CDI fossem reconstruídas sem a rede de escoamento o problema ia voltar a ocorrer na próxima temporada de chuvas”, explica.
Em seguida foram visitadas as obras da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Cidade de Deus. A unidade, quando inaugurada, vai funcionar de segunda a sexta para atendimento das famílias dos bairros próximos. Outras duas obras como esta estão em andamento na cidade. As novas unidades vão substituir os prédios alugados para realizar os atendimentos das Estratégias de Saúde da Família. Durante a visita Maroca foi questionado sobre a suspensão do processo licitatório da construção do Hospital Regional. O prefeito informou que a ação que embargou a licitação foi movida pelo cidadão Felipe Chalfun, residente na cidade de Belo Horizonte.
Perguntado pela reportagem se ele tinha conhecimento de que Felipe Chalfun era sócio do escritório de advocacia Chalfun & Castro, especializado em consultoria jurídica, fiscal e licitações, Maroca informou que aparentemente o processo movido não representava nenhuma empreiteira que participou da licitação da obra.
Sobre o fato de, assim como as obras da perimetral, esta ser a segunda grande obra da cidade embargada durante o processo de licitação, Maroca disse que todos os processos licitatórios, não só os da cidade, possuem brechas jurídicas e que é impossível de se impedir que ações como estas prejudiquem a população.
Nas obras do PAC da Habitação e do programa Minha Casa Minha Vida o SeteLagoas.com.br reencontrou 20 mulheres formadas pelo Senai no curso de pedreira de acabamento promovido pelo projeto social do PAC Habitação no fim do ano passado (leia a matéria aqui). Hoje elas trabalham de carteira assinada na construção das 377 moradias que vão ser entregues pelo programa Minha Casa Minha Vida. “Para mim é uma felicidade muito grande saber que estou ajudando outras pessoas a realizarem o sonho da casa própria. Trabalhar ajudando outras pessoas é muito bom”, conta Maria Elisabete Rodrigues, que é moradora de uma área de risco e vai ter agora uma casa no condomínio Jardim dos Pequis, que também foi uma das obras apresentas pela prefeitura. “Todo dia passo na frente da casa que vou morar. Pra mim é a realização de um sonho”, relata.
A entrega de novas residências para as famílias que hoje vivem em áreas de risco também fazem parte do programa PAC Habitação. As pedreiras recém formadas aproveitaram a presença do prefeito para cobrar mais rapidez no fim das obras. Uma delas conta que vive a muito tempo em uma área de risco e que cada vez mais o período de chuvas ameaça a casa onde mora. “Entra prefeito, sai prefeito e isso nunca se resolve. É perigoso pra nossa família, depois da chuva as crianças não podem nem sair de casa de tão ruim que fica. Tem que resolver logo”, cobra uma delas pouco depois de o prefeito ter dito que vai agilizar o processo de mudança das famílias.
Outra melhoria apresentada pela prefeitura foi a instalação de um novo tomógrafo no Hospital Municipal, obra que deve ser entregue no dia 23 de fevereiro. Também no Hospital o prefeito mostrou as reformas para a criação de uma sala com 10 leitos de UTI o que vai garantir o acolhimento pelo SUS dos pacientes internados, desonerando o município.
Depois da apresentação de diversas obras a comitiva seguiu para as novas instalações da Gruta Rei do Mato, onde o prefeito falou com o SeteLagoas.com.br .
Maroca disse que os pontos negativos de sua administração ficaram em grande evidência e muitas vezes as obras que vinham sendo realizadas não tiveram o devido destaque. “As obras estão acontecendo em lugares separados, e só são usadas pelas pessoas que de fato necessitam dela, por exemplo a reforma do hospital, que só vai ser percebido por quem precisar dele. Já os buracos saltam aos olhos, por onde você passa de carro ou ônibus você vê o problema, não tem como esquecer. Mas é importante saber que assumimos uma cidade com ruas já em estado de decomposição, a pavimentação já se encontrava com o prazo de validade vencido”, avaliou o prefeito.
De acordo com ele outra dificuldade encontrada por sua gestão foi a queda na arrecadação devida à crise econômica de 2008. Ele informou que pela primeira vez foi registrado uma queda na arrecadação do município na comparação de um ano com o anterior, quando em 2009 foi arrecadado menos que em 2008.
Questionado sobre as dificuldade apresentadas pelo SAAE o prefeito ponderou o estado em que a autarquia se encontrava quando ele assumiu a prefeitura “Durante muito tempo o SAAE não teve capacidade de investimento e hoje estamos mudando esta situação. O serviço de água e esgoto tem problemas graves de infraesturtura que foram herdados de gestões anteriores, que deixaram, por exemplo, um sistema de tubulação que não comporta o tamanho da cidade” explicou. O prefeito também falou sobre a possibilidade da vinda da Copasa para Sete Lagoas. Ele informou que foi procurado diversas vezes pela empresa, que demonstrou ter grande interesse em vir para a cidade. “Propostas existem, mas só aceitaremos se for realmente vantajoso para a cidade” finalizou o prefeito.
Confira o material produzido pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura convidando para a visita às obras: Clique aqui
por Felipe Castanheira