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Fecomércio prevê a abertura de 13.007 vagas temporárias em BH

As festas de fim de ano tendem a aquecer o mercado, e, consequentemente, aumentar o número de vagas temporárias do comércio, no período das datas festivas. Entretanto, diferentemente dos últimos anos, em que a crise econômica freiou o consumo, a perspectiva para este ano é a de que haja uma expressiva alta nas contratações temporárias.

Segundo Danielle Rocha, gerente do Sindilojas: "Engenheiros, arquitetos estão buscando uma vaga temporária"Segundo Danielle Rocha, gerente do Sindilojas: "Engenheiros, arquitetos estão buscando uma vaga temporária"

Segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio), a estimativa é de que sejam abertas 13.007 vagas temporárias em Belo Horizonte para o fim de ano.

O número é quase 80% maior do que foi ofertado ano passado. Em 2016, no mesmo período, a expectativa era de geração de 7.240 novos postos de trabalhos temporários.

Para Guilherme Almeida, economista da Fecomércio, a possível recuperação econômica do país é um fator preponderante para o aumento do número de vagas ofertadas. “Os indicadores econômicos do consumo, que é o que gera a perspectiva do varejo, vem deixando o cenário mais favorável. A inflação controlada, a melhoria no setor de empregos, tende a melhorar o mercado. Isso tudo aumenta a demanda de consumo por parte das famílias”, explica.

O economista ainda aponta outro dado, que, segundo ele, contribuiu diretamente para incentivar os lojistas a investirem mais no período de festas. “Os desempenhos do setor no primeiro semestre foram favoráveis. Tivemos um aumento de 3,5% no consumo, em relação a outras datas, no Estado. Todos esses ingredientes acabam alimentando a expectativa do empresário”.

Principais vagas

A pesquisa da Fecomércio também revelou os setores que mais vão ofertar vagas temporárias nesse período. Em primeiro lugar aparece o segmento de livros, jornais, e papelarias, que será responsável por 35,7% dos postos. Em seguida, vem o setor de tecidos e vestuários , com 29,2% do total. Os supermercados e hipermercados devem disponibilizar 9,2% das vagas.

Entre as funções mais ofertadas, a de vendedor lidera a lista com 50%. Estoquistas e repositores vêm em segundo lugar com 16,3%, seguido por operadores de caixa (12,8%) e auxiliares de venda (11,6%).

Trabalho intermitente

Entre as mudanças na legislação trabalhista, que entrou em vigor no último dia 11, está a criação do contrato intermitente, em que as empresas podem contratar um funcionário para trabalhar esporadicamente e pagá-lo apenas pelo período em que prestou seus serviços.

Para Guilherme Almeida, a criação do novo modelo de contrato pode ser vantajosa para os empresários, de acordo com a demanda de consumo no período.“A questão do trabalho intermitente varia de acordo com o fluxo. Tem períodos em que é interessante aumentar o número de colaboradores. Depende da demanda, mas, é uma segurança jurídica que antes não tínhamos”, explica.

Crise leva até pós-graduados a disputar os postos de trabalho

A busca por vagas temporárias geralmente é um caminho encontrado por aqueles trabalhadores que buscam o primeiro emprego ou para quem já trabalhou no comércio e quer a reinserção no mercado de trabalho. No entanto, segundo Danielle Rocha, gerente executiva do Sindilojas-BH, a crise no país interferiu no perfil daqueles profissionais que buscam essas vagas provisórias.

“Antes eram profissionais que buscavam o primeiro emprego ou estavam fora do mercado. Neste ano, a gente viu um número maior de profissionais de outras áreas, que tinham graduação e até pós graduação, e que buscam uma recolocação no mercado, porque estão há muito tempo desempregados”.

A gerente executiva visualizou esse cenário a partir do curso de qualificação gratuito oferecido pelo Sindilojas no início deste mês. Danielle revelou que foram quase 5 mil inscritos, em dois dias. Desses, 900 tiveram a oportunidade de passar pelo processo preparatório, antes de terem o currículo encaminhado para as empresas.

Do total de inscritos, 1500 eram graduados, 900 possuíam pós graduação e 200 pessoas tinham mais de 50 anos, o que retrata a dificuldade em se recolocar no mercado de trabalho.

Em relação aos aumentos da demanda e da procura pelos postos temporários, a gerente acredita que a situação se dá em razão de dois fatores. “A gente acredita no crescimento das vendas em relação a 2016, uma coisa vai puxando a outra. Mas , a crise gerou esse lado do desemprego. Por isso, a demanda foi grande. A gente vê engenheiros, arquitetos que estão buscando uma vaga temporária”, conta.

Novos postos

O Sindilojas também fez um levantamento que apontou que mais de 40% das lojas de Belo Horizonte devem criar novos postos de trabalho. A expectativa é de geração de 3 mil vagas nas áreas de vendas, caixas e estoque.

A pesquisa também apurou que 40% das empresas iniciam as contratações uma semana após o Dia das Crianças. Outras 38% optam por contratar a partir de novembro. O restante preenche as vagas nas vésperas das compras de Natal e Ano Novo.

Um dado curioso do levantamento é que somente 35% das empresas possuem setor especializado em recrutamento de funcionários por tempo determinado. Em geral, os gerente ou proprietários dependem da indicação de terceiros, ou recorrem a agência de empregos.

Da Redaçaõ com HD



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