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Aliada contra a obesidade, técnica sem cortes e sem cirurgia chega a Minas Gerais

Dados recentes divulgados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontam que os maus hábitos alimentares e físicos da população brasileira impactam no crescimento da obesidade no país e aumentam a predominância do diabetes e da hipertensão. Nos últimos 10 anos, o excesso de peso cresceu 26,3%, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016, de acordo com estudo divulgado pelo Ministério da Saúde. Nesse mesmo período, a obesidade cresceu 60%, passando de 11,8% para 18,9%. Mais prevalente em homens (57,7%), o sobrepeso é identificado massivamente em pessoas de idade avançada e com menor escolaridade. Já a obesidade mantém números semelhantes entre mulheres (18,1%) e homens (19,6%) e duplica sua incidência em pessoas a partir dos 25 anos, sendo maior entre a população de menor escolaridade.

Com procedimento, estima-se uma perda, de 20% a 30% do peso inicial, sendo que os resultados são duradouros/Foto: DivulgaçãoCom procedimento, estima-se uma perda, de 20% a 30% do peso inicial, sendo que os resultados são duradouros/Foto: Divulgação

Para barrar o crescimento descontrolado do sobrepeso e da obesidade e, por consequência, diminuir a incidência de doenças causadas por essas condições, o Instituto Mineiro de Obesidade (IMO) trouxe para Belo Horizonte uma nova técnica de redução de estômago, intitulada overstitch. “O procedimento, não invasivo, foi desenvolvido para reduzir o volume do estômago e provocar uma sensação de saciedade precoce”, explica Leonardo Salles, cirurgião bariátrico e diretor do IMO.

Overstitch é o nome dado ao dispositivo que, após acoplado ao aparelho de endoscopia, pode ser usado para qualquer finalidade médica de aproximação de tecidos, sem a necessidade de uma cirurgia com incisão externa, usando apenas um orifício natural, a boca. Durante o procedimento, o paciente é colocado sob anestesia geral e o médico inicia uma endoscopia. Com o dispositivo já acoplado, o endoscopista realiza pequenas suturas em um padrão específico até o fundo gástrico. Em seguida, a série de suturas é estreitada, comprimindo o volume utilizável do estômago.

“A única diferença para uma endoscopia comum é a questão da anestesia, que é geral. A gente vai colocar um tubo para proteção e passar um aparelho com o overstitch. Ao chegar no estômago, vou fazer pontos na parte da abertura maior do órgão e fechar essa curvatura com pontos, transformando o estômago em um ‘tubinho’”, esclarece Salles. Qualquer pessoa pode realizar o procedimento e o pós-operatório é mínimo.

Ou seja, na maioria dos casos, os pacientes podem ir para casa no mesmo dia em que optaram passar pela técnica. No entanto, devem iniciar a alimentação seguindo uma dieta liíquida e leve e ainda seguir orientações de uma equipe multidisciplinar de profissionais da área da saúde para que um novo estilo de vida seja adotado por parte dos pacientes. Dores abdominais podem ser notadas, assim como a sensação de gases, enjoos ou vômitos, mas especialistas estimam 24 horas até desaparecerem todos os sintomas.

O mecanismo é indicado para o paciente que apresenta IMC mínimo de 30 (obesidade grau 1) como terapia primária, sendo recomendado ainda para pessoas que já realizaram a cirurgia bariátrica e voltaram a ganhar peso, ou seja, como um retratamento para esses pacientes, de acordo com Leonardo Salles. “Como é bem menos invasivo e modifica menos o organismo, sem fazer alterações vasculares, conseguimos aumentar o índice de indicação do overstitch. É ideal não só para obesos em graus avançados, mas também a obesidade grau 1, que era desatendida com relação a processos cirúrgicos. Pessoas desse grupo só tinham como opção o balão intragástrico para quem queria perder cerca de 20, 30% do peso”, assegura o profissional.

BONS RESULTADOS

No Brasil desde março, o overstitch chegou em Belo Horizonte já com bons resultados em estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos. Com baixos índices de complicações, sendo menos invasivo que a cirurgia convencional, o procedimento não provoca cicatrizes e não interfere na absorção de nutrientes. A nova técnica possibilita cirurgias por via endoscópica e pode ser utilizada com sucesso no tratamento do reganho de peso em pacientes já submetidos à cirurgia bariátrica convencional.

Leonardo Salles relata que após o procedimento, estima-se uma perda, em média, de 20% a 30% do peso inicial, sendo que os resultados são duradouros, pois o estômago diminui consideravelmente após a realização de pontos totais na parede do estômago. Ao tornar possível a realização da gastroplastia totalmente endoscópica, o método também pode ser indicado para a revisão e correção de cirurgias bariátricas, e tratamento de complicações de cirurgias bariátricas precoces ou tardias.

Da Redação com EM



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