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Estudo alerta para ameaça do mosquito Aedes em Minas; Sete Lagoas está fora da zona de perigo

De cada dez municípios mineiros, dois têm focos do Aedes aegypti em níveis considerados preocupantes. As cidades estão em estado de alerta ou risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Os dados são do último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), feito em outubro e divulgado pelo Ministério da Saúde.

Sete Lagoas está fora do mapa do perigo do mosquito da dengue/Foto: DivulgaçãoSete Lagoas está fora do mapa do perigo do mosquito da dengue/Foto: Divulgação

Essa é a primeira vez que todas prefeituras do país foram obrigadas a fazer o mapeamento. Em Minas, dos 853 municípios, 814 entregaram os dados. Não bastasse o perigo atestado pelo relatório, as chuvas registradas em várias localidades nas últimas semanas reforçam a preocupação. O calor e a umidade prolongada, que tendem a ficar cada vez mais intensos, favorecem a proliferação de criadouros do mosquito.

Pesquisa

Em Minas, o cenário é insatisfatório em 194 cidades. A maior parte está concentrada no Leste do Estado. A situação de alerta ocorre quando o índice de infestação varia entre 1% e 3,9% dos domicílios visitados. Já o risco é detectado em locais acima de 4% – ou seja, a cada 100 imóveis vistoriados pela equipe da vigilância, quatro apresentaram larvas do mosquito.

“O resultado mostra que a população precisa tomar mais cuidado porque não era de se esperar tantos focos em outubro, já que as chuvas se intensificam mesmo é a partir de novembro. É também um bom indicador para nortear as ações de controle”, afirma a referência técnica do Programa Estadual de Controle de Doenças Transmitidas pelo Aedes da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Viviane Lúcia Carneiro.

Armazenamento

Se as chuvas recentes demandam atenção redobrada, a falta de precipitações foi o problema vivido por Pedra Azul, no Jequitinhonha, que apresentou índice de 5,6%. “Estamos passando por um longo período de seca e as pessoas estão começando a armazenar água em recipientes como garrafas pet, tambores e baldes sem a vedação adequada”, diz o coordenador do setor de endemias da cidade, João Ramos do Carmo. No município, assim como na média nacional, os principais criadouros detectados estão nas residências.

Vivendo exatamente o mesmo problema, a prefeitura de Bom Despacho, no Centro-Oeste do Estado, recorre a multas para moradores que não colaboram com o combate ao Aedes. Somente neste ano, 1.382 imóveis foram notificados e 23 multados, segundo o gerente de vigilância epidemiológica, Fernando Clemente do Couto Júnior.

“Cem por cento dos focos estão nas residências. Parte deles está no armazenamento incorreto de água para consumo”, afirma Couto Júnior.

Chikungunya pode avançar para outras regiões do Estado

O surto de chikungunya, concentrado em cidades do Vale do Jequitinhonha e do Leste de Minas, pode se espalhar para outras regiões. Os primeiros casos da doença foram registrados em 2014 e, por isso, muitos mineiros ainda não estão imunes. Até o momento são quase 17 mil casos em 2017.

“A doença teve um aumento significativo em um ano e é a grande preocupação no Estado hoje. A presença do Aedes em Minas facilita a circulação da doença e temos quase toda a população suscetível”, afirma a referência técnica da SES-MG, Viviane Lúcia Carneiro.

O número de casos prováveis de chikungunya até 4 de dezembro deste ano é quase 37 vezes maior se comparado aos 462 de 2016, segundo dados da SES-MG. Já a dengue, teve uma redução considerável no mesmo período. O total de notificações até o início de dezembro de 2016 foi 18 vezes maior que os 28.032 registros deste ano.

“Os casos de dengue podem até ter reduzido mas a chikungunya é tão danosa quanto ela. Em algumas pessoas pode ser ainda pior por causa das sequelas. Muitas relatam dores articulares por mais de um ano”, afirma o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling.

Descuido

A redução dos casos de dengue também pode ter relação direta com a explosão de criadouros do mosq[/TEXTO]uito no Estado. A afirmação é do infectologista Estevão Urbano. Para ele, a sensação de segurança por parte da população, que viu menos pessoas próximas adoecerem, pode ter motivado um descuido no combate às larvas. “Brasileiro costuma agir para apagar incêndio e não prevenir”.

Prazo encerrado

Conforme o Ministério da Saúde, todos os municípios brasileiros deveriam ter apresentado pesquisas sobre a presença de criadouros do mosquito. Cidades com mais de 2 mil imóveis tinham que disponibilizar o LIRAa e, nas demais, o Levantamento de Índice Amostral (LIA). O prazo já se encerrou.

O último balanço divulgado pela pasta federal indicava que 39 cidades mineiras não entregaram os dados. As prefeituras que não cumpriram a determinação perderão parte da verba do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso específico para o combate de endemias. O Ministério da Saúde garantiu que um novo levantamento será divulgado, mas não informou uma data.

Da Redação com HD



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