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Caixa irá leiloar quase 2,5 mil unidades em MG; compradores devem ficar atentos aos riscos

Quase 2,5 mil imóveis irão a leilão durante a 2ª Semana de Imóveis da Caixa, realizada pelo banco até sexta-feira (17). Em alguns casos, também será possível adquiri-los por meio de venda direta. Embora as unidades sejam passadas a preços abaixo do mercado, o consumidor deve ficar atento para não comprar algo do qual ele não irá usufruir. O motivo é simples. A grande maioria dos imóveis está ocupada. E tirar o antigo morador de casa pode se transformar em uma árdua e longa batalha judicial.

Foto: ilustrativa / reprodução internetFoto: ilustrativa / reprodução internet

Todos os meses, cerca de 400 imóveis vão a leilão no Estado, segundo levantamento da Associação dos Moradores e Mutuários de Minas Gerais (AMMMG). A quantidade de famílias que perde o bem se mantém a mesma desde o ano passado, mas o número é altíssimo, conforme afirma o presidente da entidade, Sílvio Saldanha. Segundo ele, devido à crise, a Caixa tem endurecido o rigor com relação aos inadimplentes.

Isso significa que, se antes o banco esperava com mais paciência o mutuário pagar as prestações devidas, hoje a instituição financeira executa o contrato com três meses. “A Lei 9514/1997 diz que o banco pode retomar o imóvel quando há três parcelas abertas. Basta que ele mande uma notificação informando que o comprador tem 15 dias para arcar com todo o débito”, diz o representante da entidade.

Belo Horizonte

O grande número de unidades recolhidas pela instituição financeira se transforma em oportunidade para quem deseja investir na casa própria. Mas os riscos são altos. Em Belo Horizonte, há 20 imóveis oferecidos pela Caixa no leilão. Todos ocupados. Há unidades nos bairros Santa Efigênia, Buritis, Caiçara, Havai, Nova Suíssa, Salgado Filho, entre outros. Somente no Barreiro, seis imóveis estão à disposição.

“Se os imóveis estão ocupados, não é possível visitá-los. Se o consumidor comprá-los, ele pode encontrar apartamento com parede quebrada, riscada... ninguém sabe o que pode encontrar. Sem contar que a briga judicial para tirar os moradores de lá pode se arrastar por anos”, alerta Saldanha.

Em 2012, o mecânico Marcos Aurélio Moreira comprou um terreno de 7,1 mil metros quadrados em leilão. O valor do imóvel, localizado no bairro Liberdade, chamou a atenção: três vezes mais barato do que o preço de mercado. O único problema era que uma pequena parte da terra estava ocupada por uma construção.

Sonho frustrado

“Vendi tudo o que eu tinha para comprar o imóvel. Achei que conseguiria vender a parte do terreno ocupada para quem havia construído lá. Mas estava enganado”, afirma.

O mecânico viu o sonho de ter um imóvel para passar o fim de semana com a família ir por água abaixo. Na semana seguinte à compra, várias casas foram erguidas no terreno. “Desde 2015 brigo na Justiça pela reintegração de posse, mas até hoje não consegui. Sofri ameaças e até uma casa com piscina que é alugada aos fins de semana foi construída na minha área”, lamenta.

Mas também há muitos casos em que o consumidor se dá bem. “É uma excelente oportunidade quando o arrematante consegue pagar um valor bem abaixo do mercado e consegue tomar posse rápido, seja porque conseguiu uma decisão na Justiça ou fez algum acordo com o antigo proprietário para que ele deixasse o imóvel”, diz Saldanha.

Apartamento no bairro Buritis pode ser arrematado por menos da metade do valor

Em alguns casos, o imóvel pode ser arrematado por menos da metade do valor de mercado. No Buritis, em BH, por exemplo, um apartamento de R$ 407 mil vai a leilão por R$ 195,7 mil. No Barreiro, outro apartamento de R$ 154 mil entrará no certame por R$ 38 mil.

Conforme explica o presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Sílvio Saldanha, o valor possivelmente diz respeito ao saldo devedor.

“Primeiro, o imóvel vai a leilão pelo preço de mercado. Se ele não é vendido, o banco tem que realizar um novo certame. Desta vez, o valor cobrado é o débito do antigo proprietário com a instituição”, diz.

Edital

O edital e os endereços dos imóveis que participam do 2ª Semana de Imóveis da Caixa estão disponíveis no site da Caixa. Nele, o consumidor pode consultar, ainda, a situação financeira da unidade. Contas de condomínio e IPTU que estejam em atraso até a data da venda serão quitadas pelo banco.

Em todo o Brasil, 18 mil unidades serão oferecidas pela Caixa. Quem tiver dificuldade para acessar o site pode procurar os funcionários do banco para auxílio.

Vantagens

De acordo com a instituição, as principais vantagens de adquirir um imóvel durante a semana são a possibilidade de financiamento em todas as modalidades de compra e a garantia de um imóvel com documentação regular.O saldo de FGTS pode ser usado na compra, desde que obedecidas as regras do fundo.

Qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar os imóveis, com exceção dos empregados vinculados às áreas de alienação e avaliação das unidades e os dirigentes da instituição, bem como seus parentes diretos.

Com Hoje em Dia



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