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Zema garante que tragédias no setor da mineração em Minas acabaram: "Brumadinho será a última"

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a tragédia com a barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não vai se repetir no estado. “Brumadinho será a última. Aqui em Minas, pelo menos, não irá ocorrer repetição deste fato tão lastimável”, afirmou durante seminário sobre o futuro da mineração, realizado em Nova Lima (MG).

Lama da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte./ Foto: Ibama/DivulgaçãoLama da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte./ Foto: Ibama/Divulgação

O desastre ocorrido no dia 25 de janeiro deixou centenas de mortos. Até o momento, 230 vítimas foram identificadas e há 47 pessoas desaparecidas.

"Iniciaremos uma nova era aqui no nosso estado. Não podemos mais conviver com tragédias dessa natureza. Porque sabemos que existe tecnologia, recursos disponíveis, hoje, capazes de viabilizar esse setor de forma que ele continue operando, mas sem esse tipo de fato", acrescentou.

O evento também teve a participação dos ministros de Minas e Energia, Bento Costa, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Eles defenderam a mineração como propulsora da economia no estado e no país. Salles afirmou que a atividade não pode ser “demonizada”. Zema endossou o discurso do ministro e disse, inclusive, que é possível transformar a "tragédia em um futuro melhor". Os dois encerraram a manhã em sobrevoo sobre a região atingida em Brumadinho.

A tragédia de Mariana, ocorrida há mais de três anos e que deixou 19 mortos, também foi relembrada no evento. Salles fez um paralelo entre os dois desastres que marcaram a história da mineração em Minas Gerais.

O ministro afirmou que o objetivo do governo é evitar em Brumadinho a repetição de equívocos ocorridos após o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, e implementar medidas mais rápidas.

"Todas as decisões passam por um 'assembleísmo' sem fim. [...] E a resposta à sociedade, ao setor produtivo, ao meio ambiente, às pessoas não vem. Não vem na velocidade, na intensidade que precisa vir", disse Salles.

Uma das medidas para agilizar respostas seria destinar multas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) em sete parques nacionais no território mineiro, criando um roteiro turístico, o que foi anunciado nos últimos dias. A estimativa é de R$ 250 milhões em multas aplicadas após o rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.

Em pronunciamento durante o seminário, o ministro não cita a comunidade como parte envolvida na resolução de problemas. "Queremos fazer uma atuação muito mais objetiva. E fazê-la de comum acordo, da mesma forma, ouvindo todas esses outros elementos de participação na solução do problema: a própria companhia, pode municipal, poder estadual, o Legislativo, Ministério Público, o Judiciário", disse.

Ainda segundo o ministro, poderá haver investimentos no próprio município afetado e na área de saneamento de outras cidades impactadas.

A retomada das operações da Samarco – dona da barragem que se rompeu em Mariana – foi cobrada pelo governador do Espírito Santo, José Renato Casagrande (PSB). O estado sofreu impactos ambientais e econômicos.

"À direção da Samarco mas, em especial aos acionistas da Samarco Mineração, da BHP, da Vale 'do Rio Doce', que tenham pressa na retomada da atividade da Samarco. Já há a solução técnica, a decisão de fazer a cava. Nós temos que ter pressa", disse Casagrande, sendo aplaudido na sequência. Ele pediu “agilidade” com “responsabilidade”.

A possibilidade de fusão entre o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), cujo presidente foi exonerado nesta terça-feira (16), também foi abordada. O ministro do Meio Ambiente reafirmou que o assunto está em discussão e que a hipótese não está descartada.

Pauta positiva para a mineração

O ministro de Minas e Energia afirmou que o governo federal está empenhado em uma pauta positiva para o setor de mineração, citando o uso de novos recursos tecnológicos, desburocratização de processos e ampliação de ofertas de áreas ao mercado para propiciar a abertura de novos empreendimentos.

"Não há como se pensar em um país melhor sem a participação deste setor e podemos perceber a importância de a mineração integrar todos os projetos estratégicos que objetivem o progresso e melhores condições de vida para a população", disse Costa.

Durante a participação, Costa afirmou que o desastre de Brumadinho impactou a credibilidade do setor da mineração, destacado por ele, como imprescindível no país. "Acendeu o sinal de alerta de que algo não está bem no controle de instalações correlatas".

Ele ressaltou que a mineração é responsável por 21% das exportações, emprega 180 mil trabalhadores diretos e 2 milhões indiretos. O ministro se colocou à disposição dos governos locais para avançar em iniciativas que resultem na evolução do setor.

Com G1



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