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UFMG convoca jovens para testar medicamento que previne HIV; remédio já está disponível no SUS para maiores de 18 anos

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está recrutando jovens de 15 a 19 anos para fazer teste com um medicamento que previne contra a contaminação pelo HIV. A profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) já está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para adultos acima dos 18 anos. A novidade é que a pesquisa, realizada em parceria com a Universidade Federal da Bahia e com a Universidade de São Paulo, vai acompanhar, prioritariamente, adolescentes para conhecer os efeitos da medicação neste público.

Medicamento preventivo contra HIV já é indicado a pacientes adultos no SUS. Universidades fazem testes agora com jovens. — Foto: Divulgação/Prefeitura de SantosMedicamento preventivo contra HIV já é indicado a pacientes adultos no SUS. Universidades fazem testes agora com jovens. — Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

De acordo com o Ministério da Saúde, o PrEP já é distribuído desde o ano passado a adultos considerados mais vulneráveis, que são gays e outros homens que mantêm relações sexuais com homens, pessoas trans, prostitutas e casais sorodiferentes.

No ano passado, mais de 8 mil pessoas começaram a fazer uso do medicamento. Destas, 6.733 continuam usando. Atualmente, a profilaxia está disponível em 109 serviços de 83 municípios, em 22 estados e no Distrito Federal, segundo o Ministério da Saúde.

A indicação do medicamento é feita somente pelos médicos nas unidades de saúde e leva em conta, ainda, outros critérios, como o número de parceiros sexuais, episódios repetidos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e utilização de outros métodos preventivos.

O medicamento entrou para o rol do SUS após a realização de pesquisas com comprovação de 95% de eficácia em adultos. “Agora, a intenção é implementar a ferramenta em jovens porque a epidemia mais do que dobrou nos últimos dez anos neste grupo. Vamos testar não só a eficácia, mas a aceitabilidade, efeitos colaterais, presença de compensação de risco, ou seja, se os participantes vão deixar de usar preservativo”, disse o infectologista e coordenador da pesquisa pela Universidade Federal de Minas Gerais Unaí Tupinambás.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a contaminação pelo vírus HIV aumentou na faixa etária de 15 a 19 anos. Em 2007, foram registrados, em todo o país, 332 casos. Em 2017, este número saltou para 958 casos para o mesmo grupo.

Unaí Tupinambás enfatiza que o PrEP só previne a contaminação pelo HIV. Para outras ISTs, como sífilis, que subiu de 301 registros em jovens de 13 a 19 anos para 6.549 nos últimos oito anos, “o preservativo continua sendo a melhor prevenção”.

A pesquisa, que tem financiamento do Ministério da Saúde e da Unaids - órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), vai acompanhar cerca de 700 jovens, que serão recrutados até o final de 2019. Em Minas Gerais, serão cerca de 200 pessoas, que estão sendo convocadas desde março. Serão priorizados aqueles que mantém relações sexuais com outros homens, gays e trans.

Durante dois anos, os selecionados vão tomar diariamente o medicamento, “como se fosse uma pílula anticoncepcional”. O efeito protetivo começa após o sétimo dia de uso em relações anais e após 20 dias em relações vaginais.

Além de tomar os medicamentos, os jovens participantes vão ter rodas de conversas com especialistas e fazer testes frequentes de HIV. “Eles estarão numa época que é considerada de maior vulnerabilidade e, a medida que vão amadurecendo, podem mudar o comportamento para menos vulnerável”, afirma o infectologista.

Ainda de acordo com o médico, os resultados da pesquisa são importantes para a formulação de políticas públicas e até oferta do medicamento para jovens pelo SUS, já que este público frequenta muito pouco os programas e espaços de saúde.

O recrutamento será feito por uma equipe de educadores, que fará a abordagem em pontos comuns de sociabilização. Os participantes também podem chegar através de indicação de quem já conhece o programa ou através de adesão espontânea, pelo telefone (31) 99726-9307.

Com G1



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