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Ladrão furta cadeira de rodas de menina com paralisia cerebral em BH

A adolescente Ana Luíza Nazareno Lopes, de 15 anos, que tem paralisia cerebral por conta de um erro no parto, está o tempo todo na cama, desde a última terça-feira (08), sem poder ir à escola e às sessões de fisioterapia. A cadeira de rodas dela, que é feita sob medida, foi furtada de dentro do carro da família, que foi arrombado no bairro Vila Clóris, na região Norte de Belo Horizonte.

Foto: Reprodução/FacebookFoto: Reprodução/Facebook

A mãe da menina, a dona de casa Patrícia Kele Nazareno, de 45 anos, fez um apelo emocionante nas redes sociais pedindo ao bandido que devolvesse a cadeira de rodas, mas sem sucesso.

Comovido com a história, um morador do Barreiro de Cima doou uma cadeira de rodas que era da filha dele. No entanto, ela precisará passar por adaptações da Associação Mineira de Reabilitação (AMR), que havia feito a doação da cadeira que foi roubada. Até o equipamento ficar pronto, Ana Luíza deverá permanecer na cama por mais alguns dias, até mesmo semanas, até que a outra cadeira seja adaptada.

Patrícia conta que o carro da família foi estacionado na rua, pelo filho mais velho dela, com a cadeira dentro. “Cheguei com Ana Luíza da escola e o irmão dela iria para a faculdade. Na quarta-feira, eu levaria Ana Luíza às 6h da manhã para a PUC Minas do Coração Eucarístico. Eu já tinha o hábito de deixar a cadeira de rodas no carro”, disse a mãe.

O filho foi para a faculdade com o carro e o deixou estacionado na Rua Bacuraus, no Vila Clóris, entre 19h às 22h. “Nesse intervalo, um bandido veio, arrombou a porta do meu carro e levou a cadeira. Não levou mais nada, nem rádio, nada. Só a cadeira de rodas”, conta a mãe.

“A cadeira não vai ter nenhuma utilidade para ele, mas é de grande importância para a minha filha. A qualidade de vida dela depende da cadeirinha”, disse a mãe. “Não tenho como sair com a minha filha. Ela já está grandinha, não tenho como carregá-la”, reforçou. "Eu preferia que tivesse levado o carro e deixado a cadeira de rodas”, comentou.

Na mesma noite, ela postou uma mensagem nas redes sociais para tentar evitar que a cadeira de rodas fosse parar em um desmanche.

“Sem ser para a Ana Luíza, a cadeira de rodas só vale para um ferro velho”, reagiu a mãe, lembrando que o objeto foi feito sob medida e que outra pessoa não poderia utilizá-la. “A sorte é que uma pessoa viu a mensagem nas redes sociais e doou outra cadeira. O pai da Ana Luíza foi lá e buscou. Só que ela precisa ser adaptada”, disse.

Como a menina faz tratamento na AMR, a ONG, que faz trabalhos filantrópicos, se ofereceu para fazer as adaptações na sua oficina ortopédica.

A menina é aguardada na AMR para que sejam feitas as medidas. “Sem a cadeira, a posição da Ana Luíza é só deitada. E ela está com a coluna comprometida, o quadril inchado. Então, a posição para ela tem que ser diversificada, às vezes deitada, em posições que só a cadeira permite. Até para alimentar se ela precisa de uma posição específica na cadeira. Não é qualquer cadeira que ele pode usar. Não pode ser uma cadeira de rodas convencional que você chega e compra na loja. Na cadeira convencional, ela escorrega, ela cai, machuca”, conta a mãe.

Mensagem

A mãe da criança mandou uma mensagem para o ladrão que furtou a cadeira de rodas, para que ele reflita e saiba que afetou a saúde da filha dela.

“Mexeu com a saúde de uma pessoa inocente, de uma pessoa que já está sofrendo, que está acamada”, disse a mãe, que não teria condições de comprar uma cadeira nova. “Eu penso naqueles que estão na fila de espera do SUS, esperando uma cadeira de rodas de volta para o filho”, disse.

Segundo ela, a filha está com feridas por estar o tempo todo na cama. “Se eu tivesse que comprar uma cadeira de rodas agora, eu não teria condições. Eu teria que esperar meses, pois são valores altos. Estaria de mãos e pés atados”, disse.

Doação

A Associação Mineira de Reabilitação (AMR), que atende crianças com deficiências, a maioria com paralisia cerebral, informou que atende Ana Luíza há vários anos e que doou a cadeira de rodas para a menina e outra para ela tomar banho.

A ONG atende 500 crianças e não há cadeiras disponíveis para doação no momento. A AMR, que tem oficina, se ofereceu para fazer a adaptação da cadeira doada à menina.

Com O Tempo



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