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Pai denuncia que filho teve pênis decepado em cirurgia de fimose em Minas

Um estudante de engenharia agronômica denunciou à Polícia Civil que o seu filho, um garoto de 3 anos, teve parte do pênis decepada durante uma cirurgia de fimose realizada no Hospital Municipal Dr. Carlos Marx, em Malacacheta, cidade localizada no Vale do Mucuri. O médico responsável pela cirurgia morreu devido a um infarto dois dias depois de operar a criança, provavelmente, ao saber do resultado da cirurgia, segundo possibilidade levantada pela Polícia Civil. A instituição abriu inquérito para investigar o caso.

Criança teve parte do pênis amputado em cirurgia./ Foto: Arquivo pessoalCriança teve parte do pênis amputado em cirurgia./ Foto: Arquivo pessoal

Alberthy Rocha, de 24 anos, disse que o filho precisou passar pela cirurgia por recomendação médica. Ao chegar ao hospital para buscar o garoto, Rocha percebeu que a cama dele estava ensanguentada. ”Então, eu retirei o curativo e vi que o pênis do meu menino estava muito machucado. Chamei o médico que realizou o procedimento, mas quem me atendeu foi um plantonista, que não quis se envolver porque ele não havia participado da cirurgia. Consegui falar com o cirurgião só mais tarde, e ele me disse que aquela situação era normal e que, depois de dez dias, a cirurgia iria desinchar e meu filho ficaria bem", relata.

Rocha conta que o hospital não quis lhe entregar o prontuário do garoto e que ouviu dos funcionários que o médico que realizou a cirurgia era experiente. Entretanto, percebeu que as enfermeiras ficaram assustadas com o estado de saúde da criança. A cirurgia começou às 7h30 e terminou às 13h30.

Amputação constatada

Rocha conta que, ao chegar em casa, a criança continuou a reclamar de dores. Por isso, levou o garoto no dia seguinte a um hospital privado em Teófilo Otoni, na mesma região. "Ao chegar lá, o médico avaliou meu filho e disse que, de fato, parte do pênis dele havia sido amputado. Desesperei na hora", diz o estudante.

O especialista medicou a criança com um antibiótico para evitar infecção e realizou a reconstrução do coto. Enquanto estava no hospital acompanhando o filho, Rocha diz ter recebido a notícia de que o médico que tinha realizado a cirurgia havia falecido, informação que foi confirmada pela prefeitura da cidade.

O estudante diz que, agora, exatamente um mês após a realização do procedimento, o garoto está bem. "Ainda não sei como será a reconstrução do pênis do meu filho. Ontem (terça, 15), conversei com uma pessoa de Salvador (BA), que é prima de um médico que faz cirurgias desse tipo", afirma.

Vaquinha

Com objetivo de bancar o tratamento futuro da criança, Rocha criou uma vaquinha online. Até a publicação desta reportagem, o jovem conseguiu arrecadar R$ 17.141,80.

"Tenho que agradecer porque apareceram pessoas boas no meu caminho, porque o poder público só funciona sob pressão, a prefeitura quis tirar o corpo fora", aponta.

Segundo ele, a prefeitura arcou com as despesas médicas, mas não reembolsou gastos como deslocamento, alimentação e permanência em Teófilo Otoni.

O que diz a prefeitura

Por meio de nota, a prefeitura confirmou que tem arcado com as despesas financeiras e que "tem dado apoio à criança". Entretanto, negou que não tenha feito reembolso de outros gastos. "Não há despesas trazidas ao município sem ressarcimento", alegou.

O Executivo municipal informou ainda que o caso está sendo acompanhado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pela Gerência Regional de Saúde, além da própria prefeitura, e destacou também que o médico que realizou o procedimento tinha cerca de 30 anos de carreira. "Conduta exemplar. Excelente profissional. Especialista em cirurgia geral. CRM comprova tal histórico".

A prefeitura informou, por fim, que o hospital não entregou o prontuário da criança no dia da cirurgia porque o pedido foi feito após as 16h, horário de fechamento da secretaria do hospital. "No dia seguinte à cirurgia, o prontuário foi entregue à família às 7h", disse.

Polícia deve concluir caso até o fim do mês

Em contato com a reportagem, a delegada à frente do caro, Mariana Coeli, disse que requisitou laudos, certidão de óbito do médico que realizou a cirurgia e a informação da equipe médica que acompanhou a criança.

Se conseguir ouvir todas as pessoas, a previsão é de que o inquérito fique pronto até o fim do mês. "O promotor requisitou abertura de inquérito para descartar a participação de outras pessoas na situação, porque seria uma lesão corporal culposa. A ideia é saber se não houve omissão de alguém que participou da cirurgia", diz.

Com O Tempo



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