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Cozinheira diz que foi chamada de 'crioula' e levou chute de porta-voz do MBL em Belo Horizonte

“É uma dor na alma que eu vou carregar pelo resto na vida”. A declaração é da cozinheira Eliana da Silva que foi agredida fisicamente e chamada de “crioula”, na noite de sábado (9), no bairro Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O porta-voz do MBL em BH, Thiago Loureiro Dayrell Costa — Foto: Redes SociaisO porta-voz do MBL em BH, Thiago Loureiro Dayrell Costa — Foto: Redes Sociais

De acordo com o boletim de ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), Thiago Loureiro Dayrell Costa, porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL) em Belo Horizonte, segurou Eliana pelo pescoço e deu um chute na perna direita dela.

“Estou com o meu emocional abalado. Em pleno 2020 ter que passar por isso? Não tenho palavras para descrever”.

O G1 tenta contato com Thiago. Leia abaixo a versão dele dada à PM.

De acordo com a Assembleia Legislativa de Belo Horizonte (ALMG), Thiago foi nomeado para trabalhar no gabinete do deputado estadual Doorgal Andrada (PATRI) em 2 de fevereiro, mas foi exonerado dia 8 do mesmo mês.

Ainda segundo o BO, Thiago estava acompanhado da namorada e bebia uma cerveja na parte externa do Takos Mexican Gastrobar e, em um determinado momento, entrou gritando na loja dizendo que o pedido estava demorando a ficar pronto.

Ele arremessou um cartão de banco no rosto da operadora do caixa e pediu para ela cobrar: "Cobra essa p**** logo".

Nesse momento, Eliana interveio e pediu ao cliente que se acalmasse. De acordo com o BO ele gritou: “Não coloca a mão em mim sua crioula".

O gerente do restaurante Takos, Eliezer Alves Rodrigues dos Santos, pediu que o cliente se retirasse do local.

“Põe a mão em mim então", disse Thiago que, ao sair da loja, colocou a mão em Eliezer o chamando para briga.
Eliana intercedeu novamente para separar a confusão e foi agarrada pelo pescoço e levou um chute de Thiago.

Segundo o BO, a briga foi separada por pessoas que estavam no local. Eliana que tem problema de pressão e diabetes passou mal e desmaiou.

A PM foi chamada e os envolvidos levados para prestar depoimento na Polícia Civil.

Eliana disse que vai levar o processo adiante por racismo e pela agressão física.

“Que sirva de exemplo. A gente não pode ser conivente e abaixar a cabeça”, desabafou Eliana.
"Nunca fui maltratado e desrespeitado pela cor da nossa pele. Nós somos sete funcionários negros e a empresa vê é a qualidade do nosso trabalho. A empresa não olha a cor da nossa pele. Racismo é uma coisa que dói na alma”, disse Eliezer.

Versão de Thiago

De acordo com a versão de Thiago Dayrell no BO, ele chegou ao local com a namorada no restaurante, pediu uma cerveja e uma refeição. O tempo estimado para a comida ficar pronta seria de 10 minutos.

Passado esse tempo, ele questionou mais quantos minutos o pedido demoraria e foi informado que seria outros 20 minutos.

Thiago então pediu ao garçom que fechasse a conta porque não iria aguardar.

Quando chegou ao caixa para pagar disse a um garçom "que o atendimento era ridículo". O funcionário teria dito "vai se f****, seu m****".

O garçom então puxou Thiago pelo braço e o colocou para fora do restaurante, com socos, chutes e com um empurrão que o derrubou no chão.

A namorada pediu para que a briga parasse e eles conseguiram deixar o local. Thiago foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul.

O que diz o restaurante Takos

Em nota, o Takos Mexican Bar informou que repudia toda e qualquer forma de preconceito, como o racismo, além de desrespeito ou violência.

A empresa esclareceu, ainda, que está aguardando a apuração da polícia sobre o caso e colaborando com as informações necessárias.

O que diz o MBL em BH

O G1 entrou em contato com MBL em Belo Horizonte e, até a publicação desta reportagem, não havia obtido retorno.

De acordo com Ivan Gunther, o MBL vai se manifestar nas redes sociais.

Com G1



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