Menu

Operação Capitu: PF prende vice-governador de MG, Joesley Batista e Ricardo Saud por envolvimento em suposto esquema de corrupção na Agricultura

O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os ex-executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud e mais nove foram presos nesta sexta-feira (9) em uma operação que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Joesley Batista, dono da JBS, saindo do Instituto Médico Legal (IML) após ser preso na Operação Capitu — Foto: Reprodução/TV GloboJoesley Batista, dono da JBS, saindo do Instituto Médico Legal (IML) após ser preso na Operação Capitu — Foto: Reprodução/TV Globo

Ao todo, são 19 mandados de prisão, um deles contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), que está preso no Paraná. O mandado contra ele ainda não foi cumprido.

A PF cumpre ainda 63 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.

Veja a lista de presos

• Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de março de 2013 a março de 2014
• Joesley Batista, dono da JBS
• Ricardo Saud, ex-executivo da JBS
• Demilton de Castro, executivo da JBS
• João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG
• Neri Geller, deputado federal eleito pelo PP de MT e ministro da Agricultura de março de 2014 a dezembro de 2015
• Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária
• Mateus de Moura Lima Gomes, advogado
• Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado
• Ildeu da Cunha Pereira, advogado
• Marcelo Pires Pinheiro
• Fernando Manoel Pires Pinheiro

Veja a lista dos mandados não cumpridos

• Waldir Rocha Pena, sócio do supermercado BH, que estaria no Uruguai
• Florisvaldo Caetano de Oliveira, funcionário da JBS
• Odo Adão filho, advogado

A PF fez buscas no gabinete do vice-governador de MG. Ele foi preso em uma fazenda em Vazante, no Noroeste de Minas Gerais. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.

Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.
Ainda de acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro para políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores.

O esquema

De acordo com as investigações, Antonio Andrade teria beneficiado a JBS com decretos quando era ministro da Agricultura, no governo Dilma.

Ele teria determinado a regulamentação da exportação de despojos, a proibição do uso da ivermectina de longa duração – droga antiparasita – e a federalização das inspeções de frigoríficos.

O Grupo JBS teria pagado R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões na proibição da ivermectina de longa duração.
Se indiciados, os envolvidos vão responder pelos crimes de constituição, participação em organização criminosa, obstrução de Justiça, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Em Minas Gerais, os supermercados BH e EPA estariam envolvidos no esquema.

O BH disse que não se manifestaria e a reportagem aguarda retorno do EPA.

Antonio Andrade

Antônio Andrade nasceu em 1953 em Patos de Minas, mas foi criado em Vazante, no Noroeste mineiro, onde iniciou-se na política. Filiou-se ao PMDB em 1987 e, no ano seguinte, foi eleito prefeito de Vazante.

Em 1994 conquistou uma cadeira na Assembleia Legislativa, onde permaneceu por 12 anos. Em 2001 e 2002 foi líder do governo Itamar Franco na Assembleia.

Em 2006, foi eleito deputado federal, sendo reeleito em 2010. Em 2009 assumiu a presidência da Executiva Estadual do PMDB.

Representou Minas na equipe da presidente Dilma Rousseff (PT), tendo sido escolhido em 2013 para dirigir o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cargo que ocupou até março de 2014.

É engenheiro civil, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pecuarista.

Joesley Batista

O nome de Joesley começou a aparecer com mais força no noticiário da Lava Jato em maio de 2017, quando chegou ao conhecimento do público uma conversa que ele gravou com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu.

Joesley visitou Temer na residência oficial em março daquele ano e gravou o presidente em segredo. No áudio, o empresário sugere que tem feito pagamentos para comprar o silêncio do deputado cassado e preso, Eduardo Cunha. Nesse momento, Temer respondeu: “Tem que manter isso aí, viu...”

O caso deflagrou a maior crise política do governo Temer e gerou duas denúncias contra o presidente, apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. Ambas foram barradas na Câmara.

Joesley, seu irmão Wesley Batista, e o executivo Ricardo Saud fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, no qual se comprometiam a prestar informações sobre irregularidades das quais participaram em troca do abrandamento de possíveis penas.

No entanto, em setembro de 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou a rescisão do acordo de Joesley e Saud. De acordo com Janot, os dois executivos se recusaram a prestar informações, além de terem, após a assinatura do acordo, sonegado, adulterado, destruído ou suprimido provas.

Joesley e Saud foram presos dias depois.

Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República anunciou a rescisão da delação de Wesley, também por descumprimento dos termos do acordo.

O que diz a defesa de Joesley

André Callegari, advogado de defesa de Joesley, mandou a seguinte nota: "Joesley Batista é colaborador da Justiça e tem cumprido à risca essa função. Portanto, causa estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros documentos de corroboração. A prisão é temporária e ele vai prestar todos os esclarecimentos necessários".

O que diz a defesa de Geller

Em nota, os advogados do deputado federal Neri Geller esclareceram que tão logo conheçam os motivos da prisão e o inteiro teor do processo irão se manifestar.

A operação

Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.

De acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro irregularmente para políticos e partidos. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em troca, empresas do grupo eram beneficiadas.

Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores. As redes varejistas se aproveitavam do grande fluxo de caixa para lavar o dinheiro que era doado a partidos e políticos. O esquema operou entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015.

Com G1



Publicidade

+ Polícia

 Homem é preso após exibir genitais em praça pública em Sete Lagoas

Homem é preso após exibir genitais em praça pública em Sete Lagoas

Um homem foi preso em flagrante por ato obsceno na manhã deste domingo (22), na Praça Dom Carlos Carmelo Moto (Praça da ...

Diariamente, pelo menos oito passageiros são vítimas de crimes no transporte público

Diariamente, pelo menos oito passageiros são vítimas de crimes no transporte público

No transporte público em Minas, pelo menos oito passageiros são vítimas de furtos, roubos e assédio sexual todos os dias...

Policial militar reage a tentativa de assalto e prende suspeito em Sete Lagoas

Policial militar reage a tentativa de assalto e prende suspeito em Sete Lagoas

Um militar reagiu a uma tentativa de assalto na madrugada deste domingo (21), no bairro Belo Vale, em Sete Lagoas. O sus...

Traficante considerado mais perigoso da história de Minas é assassinado em Patrocínio

Traficante considerado mais perigoso da história de Minas é assassinado em Patrocínio

Um dos principais traficantes de Minas Gerais, Carlos Alexandre da Silva Juscelino, conhecido como Nem Sem Terra, foi as...

Polícia pede quebra de sigilo para apurar se sobrinha do 'Tio Paulo' pegou empréstimo em outras agências

Polícia pede quebra de sigilo para apurar se sobrinha do 'Tio Paulo' pegou empréstimo em outras agências

A Polícia está averiguando se Érika de Souza Vieira Nunes, parente de um idoso levado já sem vida a uma agência bancária...

Homem é morto durante operação em Pedro Leopoldo

Homem é morto durante operação em Pedro Leopoldo

Um homem de 31 anos foi morto na manhã de quinta-feira (18) durante uma operação da ROTAM no bairro Donato, em Pedro Leo...

Confronto armado em Capim Branco resulta em apreensão de drogas e armas

Confronto armado em Capim Branco resulta em apreensão de drogas e armas

Uma operação policial realizada na tarde desta quinta-feira (18) no bairro Represa, em Capim Branco, Minas Gerais, resul...

VÍDEO: Supermercado é assaltado na noite dessa quinta (18) em Sete Lagoas

VÍDEO: Supermercado é assaltado na noite dessa quinta (18) em Sete Lagoas

Nessa quinta-feira (18) , por volta das 19h40, um assalto à mão armada foi registrado no Supermercado Super Nobre, local...

Homem é esfaqueado após vencer partida de sinuca em Sete Lagoas

Homem é esfaqueado após vencer partida de sinuca em Sete Lagoas

Durante a madrugada desta quinta-feira (18), uma agressão num bar da Vila São Dimas, na avenida Secretário Divino Padrão...

Jovem de 21 anos é morto a tiros em Corinto

Jovem de 21 anos é morto a tiros em Corinto

Um jovem de 21 anos, identificado como Bruno Eduardo Vieira Veloso, foi morto a tiros dentro de sua casa em Corinto na n...

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos