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Jovem de 15 anos espanca e mata colega dentro de escola por causa de caderno rasgado

Um caderno rasgado foi a motivação para que uma adolescente de 15 anos matasse a colega de sala da mesma idade em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, na tarde dessa quarta-feira (10). De acordo com a Polícia Militar, a suspeita tem histórico de agressividade e bateu na vítima com um prato, além de ter dado chutes, puxões de cabelo e socos

Maria Aparecida morreu no hospital./ Foto: Reprodução FacebookMaria Aparecida morreu no hospital./ Foto: Reprodução Facebook

O crime aconteceu dentro da Escola Estadual Doutor Agostinho da Silva Silveira. Durante as agressões, as professoras tentaram separar a briga, mas Maria Aparecida Esteves Otoni já estava desacordada. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para um hospital da cidade, mas morreu na unidade.

O tenente da Polícia Militar Lívio Louzada contou que as duas adolescentes tinham problemas mentais. "A vítima tinha rasgado o caderno mais cedo, e as funcionárias da escola acharam que a situação estava resolvida. Mas, no recreio, a suspeita começou as agressões. Quando chegamos até a escola Maria já estava desacordada e a suspeita estava sendo contida pelos funcionários da unidade de ensino", contou o militar.

A reportagem procurou a escola, mas a unidade de ensino está sem aulas por luto e as ligações não foram atendidas. Moradores da cidade defendem que a agressora precisava ser acompanhada nas aulas por uma professora de apoio por ter esquizofrenia.

Em nota a Secretaria de Estado de Educação (SEE) lamentou o episódio, e disse que a escola está montando uma rede de apoio para acompanhar o caso e dar os encaminhamentos necessários. "A SEE trabalha em toda a sua rede para que a oferta do ensino seja universal e inclusiva, garantindo o acesso ao conhecimento sem nenhuma forma de discriminação, ou seja, todas as escolas estaduais estão aptas a receberem alunos com deficiência", informou.

A pasta informou ainda que um representante da Secretaria de Educação está se deslocando para Minas Novas "para acompanhar e dar apoio às famílias das envolvidas no caso e aos servidores da escola".

Maria Aparecida teve traumatismo craniano, o que causou a sua morte no Hospital Badaró Junior. O corpo dela foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Capelinha, na mesma região, ainda na tarde de quarta-feira (10).

"Antes de morrer, Maria chegou a ter uma crise de epilepsia, mas mesmo assim as agressões continuaram. A menina que a matou era agressiva com todo mundo da cidade. Nós estamos assustados demais com o que aconteceu. Nunca imaginamos isso aqui", contou uma moradora que preferiu não se identificar. Não se sabe se as duas alunas tinham problemas anteriores a situação do caderno.

Adolescentes têm histórico de violência na família

A suspeita do crime viu o pai matar a mãe dela quando tinha apenas 3 anos de idade. Depois disso, o homem tentou se matar, mas sobreviveu e atualmente está preso. A adolescente morava em um abrigo da prefeitura que presta assistência social a crianças e adolescentes que não podem ficar com as famílias.

A vítima também chegou a morar neste mesmo abrigo, por causa de confusões familiares, mas atualmente estava reinserida ao lar. Maria tinha recebia ajuda do governo e da população da cidade, porque sua condição financeira era muito ruim.

"Vale ressaltar que a escola recebeu alguns alunos de um abrigo, dentre eles, as alunas envolvidas, que eram acompanhados por uma educadora da Casa Lar. A aluna agredida já tinha sido reintegrada à família. Já a agressora permanecia acolhida na Casa Lar. A escola está montando uma rede de apoio para acompanhar o caso e dar os encaminhamentos necessários", informou a secretaria.

Ação foi planejada

A suspeita informou aos militares que tinha a intenção de matar Maria Aparecida. "Depois das agressões ela disse que queria mesmo matar a colega. Ela se mostrou bem fria", contou o tenente.

A adolescente foi indiciada por crime análogo a homicídio e foi apresentada à promotoria de Justiça que decidiu pela internação dela. A prefeitura da cidade lamentou o ocorrido.

Com O Tempo



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