Candidato de Sete Lagoas é destaque na imprensa da capital com slogan bem humorado
Já apareceu de tudo um pouco no horário da propaganda eleitoral. Tem diabo que aconselha a votar no capeta se a coisa está preta, marciano dizendo que é melhor do que os humanos que estão no poder e até quem tente levar a disputa com uma cartada de truco: “zap neles”.
Quem acompanha o horário político já identificou os postulantes que, para dizer o mínimo, não poupam bom humor para chamar a atenção do eleitor com slogans esdrúxulos. Uma matéria do jornal o Tempo de Belo Horizonte aponta os candidatos com slogans bem humorados e cita um de Sete Lagoas que não para de repercutir.
“Se os da terra não fazem, o Marciano faz”, promete o candidato a deputado federal em Minas. O aposentado de Sete Lagoas José Marciano Teixeira, PSDB, usa em seu material de campanha uma nave espacial. “Preciso me diferenciar, pois para ser eleito precisaria de R$ 5 milhões, que eu não tenho”, disse Marciano que garante que teve uma consulta com o marqueteiro de Tiririca para escolher a frase.
O sempre candidato José Marciano já foi citado pelo slogan em outros veículos da capital. Não menos espirituoso é o mineiro Cesar Carolina, PT, que, depois de convocar diversos setores para luta, finaliza com o que pode ser o seu xeque-mate, ou melhor, a cartada certeira no jogo eleitoral: “Passa a régua e, ó, zap neles”.
O delegado Edson Moreira, hoje vereador de Belo Horizonte, recorreu a uma famosa frase sua durante o caso do assassinato de Eliza Samudio pelo goleiro Bruno. “Vote pela sua segurança, se não você vai morrer”.
O humorista mineiro Geraldo Magela Ceguinho (PSB) também usa do bom humor para chegar a Brasília. “Se a Justiça é cega, se o amor é cego, se já tivemos um presidente cego, agora vote no deputado cego. Esse é belezzz!!!”, finaliza com o seu bordão. “Tenho carisma. Se eu ganhar, serei um fenômeno. Não tenho patrocínio, meu partido é pequeno”, diz o socialista.
A maior parte dos postulantes, segundo especialistas, se norteia pela cartilha do fenômeno Tiririca, o deputado federal que se elegeu com mais de 1 milhão de votos com o slogan “pior do que tá não fica”. Neste ano, seu mote é “Tá de saco cheio da política? Vote no Tiririca”.
Para o professor da Universidade de Brasília, UnB, David Fleisher, essa tática de diferenciação é um risco. “Funciona mais quando a pessoa já é conhecida, como o Tiririca. O eleitor está cansado do arroz com feijão. Às vezes, gosta dessa pimenta, mas não é unânime. Muitos podem interpretar como falta de respeito”, afirma. Segundo Fleisher, este tipo de apelo tem mais adesão entre os jovens.
A professora da Fundação Getúlio Vargas Luciana Salgado acredita que, num primeiro momento, os eleitores podem achar graça nos slogans, mas não levam esses candidatos a sério. “O slogan faz parte do conceito da campanha e deve passar credibilidade. Política é coisa séria. Piadas podem soar mal”, diz.
Com O Tempo