Secretária esclarece dúvidas sobre a retirada das famílias no Kwait e diz que recebeu ameaça de um vereador
Na tarde dessa terça-feira (24), durante a Reunião Ordinária na Câmara Municipal de Sete Lagoas, foi discutida em pauta a retirada das 57 famílias que residem em uma área de risco no bairro Kwait. A Secretária de Assistência Social Dilma Schwenck, à convite do vereador Milton Martins (PSC), interrompeu as suas férias para esclarecer junto com a sua equipe as dúvidas sobre a remoção desses moradores.
Segundo o vereador, essas famílias precisam ter uma garantia de uma moradia fixa antes de terem suas residências destruídas e não apenas receber um aluguel social. “Diante de duas audiências públicas, a senhora Dilma Schwenck não compareceu em nenhuma. Como essas famílias vão alugar essas casas? Muitas das vezes essas famílias estão com o nome no SPC, na inadimplência. Não seria correto a prefeitura alugar a casa para elas e entregar o cheque para o locatária e a prefeitura se responsabilizar pelo aluguel das casas?” alegou.
Sobre o aluguel social, Dilma Schwenck explicou que isso é um benefício eventual para quando uma família está desestruturada. “A minha fiscalização é ir de casa em casa, e ver se essa família está bem alojada”, disse. De acordo com o vereador, os agentes da Assistencial Social estariam criando um problema, ao jogar as famílias nas ruas, fazendo um trabalho errôneo e tirando a responsabilidade da prefeitura no momento em que aproximam as eleições.
Diante dessas indagações a Secretária Municipal de Assistência Social pronunciou em sua comunicação pessoal que nada foi feito sem transparência, alegando que a comunidade participou de reuniões com o prefeito, e afirmou que essas pessoas não ficarão na rua. “Serão construídas as 57 casas na primeira leva. Quem tem que ir nessas casas é o técnico e não eu. Eu tenho é que administrar bem o dinheiro, mas para fazer o que o senhor quer, teria que estar aqui a Procuradoria que fez o documento. A Secretária de Obras que tinha que estar aqui também, pois foi ela que devastou a casa. Eu estou lá para acompanhar as famílias e dar todo o apoio”, disse.
Além dessas avalanches de acusações, Dilma mencionou que recebeu uma ligação anônima em sua residência e foi ameaçada por um vereador. O vereador Marcelo Cooperseltta (PMDB) se pronunciou a respeito da iminência sofrida pela Secretária: “Ela falou uma coisa muito grave, senhor presidente Pastor Fabrício Nascimento. Não podemos ouvir um “negócio” desse. Nós somos 17 vereadores e gostaria que a senhora fosse mais clara para que a Câmara tomasse uma atitude”.
Cooperseltta indagou também se o terreno do Kwait seria da prefeitura, uma vez que o executivo foi conivente com essa moradia durante 20,30 anos proporcionando água e energia em uma área de risco. “Lamentável. Triste. Essas pessoas estão sendo enganadas” conclui o vereador.
Após uma hora de sessão, a secretária deixou a Câmara Municipal de Sete Lagoas aos prantos e gritando “ vocês são ridículos”, fazendo menção aos vereadores da Casa. O vereador Milton Martins mencionou que o órgão competente tem 15 dias para enviar todos os contratos de locação para que os agentes do povo fiscalizem esse processo de vulnerabilidade social.
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Por Naiara Barbosa