Na reunião ordinária da Câmara de Vereadores de Sete Lagoas dessa terça-feira (5), o vereador Milton Martins (PSC) denunciou o que ele chamou de “Trenzinho da alegria da Saúde”, em referência aos novos contratos feitos pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o vereador, a Secretaria está trazendo funcionários de fora para trabalharem na cidade, em meio ao cenário de inúmeras “demissões” (veja matéria aqui).

Ainda de acordo com Milton, alguns desses contratados sequer são profissionais de saúde. “O Secretário Busu está trazendo funcionários de fora, que vão custar aos cofres públicos R$ 1 milhão anual, em torno de R$ 100 mil mensal. São historiadores, geógrafos, engenheiros ambientais, para trabalhar na saúde, sendo que técnicos e enfermeiros foram mandados embora covardemente. São profissionais de Ribeirão das Neves, Mateus Leme... É preciso verificar... Será que nós temos que demitir profissionais de Sete Lagoa e trazer gente de fora?”, argumentou.

Vereador Milton Martins / Foto: Ascom Câmara

Procurado pelo SeteLagoas.com.br, o secretário de Saúde do município, Cláudio Busu, esclareceu que, de todos os nomes citados na lista do vereador, apenas cinco são de fora da cidade e que todos têm experiência na área, alguns, inclusive, já prestavam serviços para a Secretaria de Saúde. “Todos, sem exceção, têm experiência na área de saúde e, os que não têm, são de áreas administrativas, ou de jurídico, ou de licitatório. Então, todos aqui, com exceção de uma, que tem experiência mais social e vai cuidar de uma parte mais administrativa, têm, pelo menos, um ano e meio de experiência em administração pública”, afirmou.

O vereador referiu-se diversas vezes a um servidor da saúde que tem formação em História. De acordo com Busu, o referido foi secretário de Saúde de Ribeirão das Neves e secretário adjunto na gestão dele na cidade, além de ter sido secretário de saúde em Mateus Leme durante três gestões. O profissional tem 22 anos de SUS e é uma das referências do estado em saúde pública.

Secretário de Saúde, Cláudio Busu / Foto: Rede social

Milton Martins também questionou o motivo das “demissões”, uma vez que o prefeito havia dito que, aprovado o reajuste de 4.05% nos salários dos servidores públicos municipais, isso não aconteceria. Em coletiva de imprensa no dia 24 de julho, o prefeito afirmou que se tivesse que dar o reajuste de 15.16%, como solicitado pelos funcionários, precisaria demitir 400 pessoas (veja matéria aqui).

O parlamentar aproveitou o momento para pedir ao vereador Marcelo Cooperseltta (PMDB) que retorne com o pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investir a Saúde. O requerimento, de autoria de Cooperseltta, foi reprovado pela maioria da Câmara na última reunião, dia 28 de junho (veja na matéria “Vereadores votam contra CPI para investigar desvio de recursos da Saúde”).

Por sua vez, Cooperseltta esclareceu que há duas formas de se instaurar uma CPI, por meio de votação no plenário, como já foi feito, ou conseguindo seis assinaturas. O vereador convocou os colegas para assinar e ajudar a voltar com o requerimento, prometendo levar a matéria novamente na próxima reunião.


Por Marcelle Louise