Pelo quinto ano consecutivo, foi realizada a reunião especial em comemoração ao Dia Mundial da Água no plenário da Câmara Municipal na noite de ontem (22). A data, que já faz parte do calendário do município, é reservada à conscientização sobre a importância da água.
Na primeira parte do encontro, especialistas falaram sobre a conservação da água no contexto de Sete Lagoas. A segunda foi destinada ao debate, do qual também participaram vereadores, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Nadab Abelin, e servidores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).
O biólogo, pós-graduado em gestão e certificação ambiental, Guilherme Dias de Freitas, contou um pouco da trajetória de produção de água em sua propriedade rural, a Estância Séjour. No local foram feitos diversos serviços ambientais para proteção e conservação do solo e dos recursos hídricos. “São áreas protegidas, reservas ecológicas, no verdadeiro sentido da palavra”, ressalta.
Para o analista ambiental da equipe de mobilização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e colaborador do Projeto Manuelzão, Élio Domingos Neto, Sete Lagoas precisa investir em ações para o tratamento de esgoto. A região é abastecida pelo Rio das Velhas, que drena também outros 50 municípios.
Segundo o analista, a bacia do Matadouro é utilizada pela cidade para despejar esgoto. “Não teria usos mais nobres? Que água nós estamos deixando para os nossos filhos, para o vizinho, para o amigo?”, questionou. Élio ressaltou que a água não é responsabilidade apenas do Serviço de Água e Esgoto, mas da população como um todo.
O presidente do SAAE, Aluísio Barbosa, falou sobre as dificuldades enfrentadas pela autarquia para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Matadouro. Ele revelou que 99,9% dos domicílios de Sete Lagoas tem abastecimento de água e em 98,6% o esgoto é coletado. Porém, apenas 9,6% do resíduo é tratado. Aluísio assegurou que o recurso para a obra está garantido, mas lamentou que o processo para obtenção da licença ambiental já dura 11 anos.
A discussão foi finalizada pelo presidente da Câmara, Cláudio Caramelo (PRB), autor do requerimento da reunião. Ele assumiu que o maior desafio da cidade é o tratamento do esgoto e demonstrou a intenção de retomar a frente parlamentar para discutir assuntos relacionados ao meio ambiente.
Por Marcelle Louise