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Leone Maciel fala sobre os seis primeiros meses à frente da Prefeitura de Sete Lagoas

Em entrevista ao SeteLagoas.com.br, na tarde dessa quarta-feira (28), Leone Maciel falou sobre os seis meses à frente da administração municipal. Entre os assuntos abordados pelo prefeito estão as dívidas herdadas da gestão passada, a definição de prioridades, as melhorias no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e projetos em diversas áreas.

Leone Maciel / Foto: Flickr Câmara Municipal de Sete LagoasLeone Maciel / Foto: Flickr Câmara Municipal de Sete Lagoas

Dívidas herdadas

Quando assumimos a prefeitura, existia uma perspectiva de endividamento Y e, depois, notamos que era Y + X + X + X + Y. Por exemplo, apareceu a dívida da Cemig do SAAE de R$ 16 milhões, depois apareceu outra dívida do SAAE de R$ 8 milhões. Apareceu dívida do oncocentro, R$ 1,8 milhão; de oxigênio; de todos os pagamentos de alugueis de carros de 2014, 2015 e 2016, R$ 170 mil; a Perimetral, que custou a iniciar os trabalhos, tinha uma contrapartida de serviços já feitos no governo passado de R$ 600 mil, se eu não pagasse, não começava a obra. E mais, devidamente contabilizados, R$ 210 milhões de dívida fundada e R$ 187 milhões de restos a pagar. 

Estabelecimento de prioridades

Nós tínhamos em mente que tínhamos que eleger prioridades e elegemos. Qual é a prioridade? Saúde. Qual a prioridade imediata? Pagar funcionário. Essas prioridades acontecem desde o dia 1° de janeiro. Em seis meses de governo, nós pagamos nove folhas de pagamento, ou seja, novembro, dezembro e 75% do 13. Isso significa que nós colocamos no comércio, na economia local, mais de R$ 180 milhões nesses seis meses, só com folha. Quanto à Saúde, as coisas caminham, não estão boas ainda, mas agora já tem remédio, tem insumos, não tinha um esparadrapo, não tinha gaze, não tinha nada. O almoxarifado central estava totalmente vazio e, hoje, ele está cheio. Então, muita coisa mudou.

O QUE MUDOU/VAI MUDAR

Estação de Tratamento de Água (ETA)/SAAE

A ETA, por exemplo, tem uma previsão de 480 litros/segundo e estava mandando só 180, porque a rede não suporta. Constatamos 53 vazamentos na adutora, de lá para cá. Faltava água nos bairros Planalto, Alvorada e JK, mas tinha uma caixa d’água de 1000 litros de água que não foi ligada, nós ligamos, hoje não falta água. Hoje, o SAAE tem de crédito R$ 20 milhões na praça. O SAAE hoje é altamente viável e já está dando resultado com a nova gestão liderada pelo Arnaldo. O SAAE já não precisa mais de aporte do governo, porque está tendo uma gestão eficiente. Acabamos de comprar 15 motos para ligar água, cortar água, acabar o by-pass, ou seja, os gatos, são medidas impopulares, mas que resolvem.

Trânsito

No trânsito, nós devemos implantar o Faixa Azul. O outro governo implantou, mas nós precisávamos entender. A maioria do dinheiro ia embora de Sete Lagoas. O secretário Wagner está tomando medidas, não porque o prefeito quer, mas tem um respaldo. É inadmissível que em uma cidade como Sete Lagoas o dono de uma loja estacione o seu carro e fique dia inteiro estacionado sem pagar nada. Ele está trabalhando contra ele mesmo, porque, se ele toma o lugar do consumidor, ele não vai vender.

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

Quanto à ETE, Estação de Tratamento de Esgoto, tinha quatro anos que o governo passado não conseguia a liberação da LI, a Licença de Implantação. Graças ao prestígio do prefeito de Sete Lagoas e do deputado Douglas Melo, nós conseguimos a liberação da LI. Nós precisamos, para liberar esse dinheiro da ETE, que corre risco, R$ 64 milhões, terminar a obra na Rua Santa Juliana, terminar o restante da obra da Professor Abeylard até a ponta do Shopping, terminar o restaurante popular, terminar de construir cinco creches iniciadas e paralisadas por falta de recursos federais. Tudo isso está em jogo, mas eu quero crer que, com a minha presença em Brasília na semana que vem, tudo isso vai ser equacionado.

Educação

Faculdade de Medicina

Sobre a Faculdade de Medicina, conversando com os reitores, fui claro com eles que se fosse para eu escolher, eu preferia escolher o Unifemm. Mas, como eles ganharam do Unifemm, eu quero ter eles como parceiros. Eu não quero dar aquele terreno que eles querem, que o Marcio deu e que eu estou revogando, considera-se revogado nesta entrevista. Eu não quero vendê-lo, eu quero doá-lo. Isso significa R$ 30 milhões. Eu quero doá-lo e, em contrapartida, a faculdade de Medicina assumirá o Hospital Regional, como hospital escola, e, logicamente, assumindo todo o custo. A Faculdade Atenas já é uma realidade em Sete Lagoas, ela vai ter vestibular agora e está na Perimetral, perto da Bombril, onde a Faculdade Santo Agostinho funcionou no passado. Eu acredito que nós vamos ser grandes parceiros, porque a eles também interessa ter o Hospital Regional com o hospital escola, pode ser um hospital para fazer a residência médica ou estágio em Sete Lagoas.

Faculdade Santo Agostinho

Quanto a Santo Agostinho, eu estou reunindo com os vereadores para que possamos fazer com que aquela doação seja concretizada. Hoje, eles estão em terreno do município, mas eu não quero abrir mão deles, afinal, eu quero uma cidade universitária. Eles querem transformar aquela doação em bolsas de estudo. Minha visão é diferente, eu penso o seguinte: o município de Sete Lagoas quer tantas bolsas ad infinitum, como tem no Unifemm. Nós temos 20 meia bolsas no Unifemm, porque doamos o Teatro Redenção, no primeiro mandato de Afrânio. Eu prefiro ter um benefício para os nossos munícipes de forma permanente.

Obras

Inauguramos uma ponte em Pousada do Sol; estamos terminando as obras da Perimetral; vamos começar a reformar o ginásio coberto; estamos iniciando as obras de um centro especializado em esporte olímpico, no bairro Cidade de Deus, onde começamos a terraplanagem esta semana; entregamos novas academias no Silva Xavier e na APAC,; vamos entregar 57 casas nos próximos dias; existe uma previsão de asfaltamento da estrada do Tamanduá este ano e entregaremos as obras do Anel Viário, que vai ligar a Avenida Norte Sul e a MG-238. 

Buracos

Quem mais faz buracos em Sete Lagoas é o SAAE, mas 90% dos buracos, tirando os do SAAE, são buracos que eu recebi da administração passada. Tem quatro frentes de trabalho pela Secretaria de Obras e quatro frentes pelo SAAE. Eu dei ao Arnaldo Nogueira a obrigação de o buraco que ele furar ele tem 72 horas para tapar desde a posse. Todos os buracos estão sendo tapados, mas eu não dou conta de fazer uma operação simultânea, devido à falta de recurso. Todo dia tem oito caminhões nas ruas, preferencialmente nos trajetos de ônibus. 

Reajuste salarial

Já está na Câmara o projeto do reajuste salarial dos servidores. Para quem ganhava até um salário mínimo, eu dei em janeiro uma complementação para ninguém ganhar menos. Eu mandei incorporar ele em março, isso implica que tudo vai basear no valor incorporado. Com isso, vai ter um aumento salarial para quem ganha salário mínimo. Os demais vão ter aumento de 1,5% em julho, agosto, outubro, janeiro e 1% em março, aí começa a negociação de novo. Eu não dou conta de dar os 4,5% de imediato, mas parcelado.

Acerto de ex-servidores

Eu não acertei porque eu não tinha dinheiro para pagar todo mundo, porque eu tinha que pagar três folhas que o Marcio deixou. Estou pagando aos poucos. Nós vamos prestigiar gradativamente, tudo depende da receita. 

Violência

O índice de violência caiu, mas isso não quer dizer que seja somente obra da 19ª RISP, isso é obra também da Guarda Civil Municipal, parceira na diminuição desses índices. A cidade é equipada com os portais, que nós vamos triplicar e buscar a administração do olho vivo, para fazer um centro de monitoramento. A Guarda Municipal é um fator preponderante, nós vamos armar e equipar a guarda.

MAIOR DIFICULDADE

A maior dificuldade foi o enfrentamento com a saúde e continua. Constantemente temos que ter o olhar voltado para a saúde. Não adianta ter ruas bonitas com o povo doente.

MAIOR CONQUISTA

A minha maior conquista é estar em dia com o funcionalismo público.

TUDO QUE FOI CONQUISTADO ATÉ HOJE NA ADMINISTRAÇÃO ESTÁ DENTRO DA PERSPECTIVA INICIAL, MELHOR OU PIOR?

Está muito aquém. Nós esperávamos que não tivesse um buraco na cidade, que não tivesse devendo ninguém, que todas as obras tivessem reinício imediato, por exemplo, o asfaltamento do Tamanduá. Nós estamos até decepcionados com a gente mesmo, porque podíamos estar fazendo mais. Mas eu estou feliz, porque a saúde melhorou e o funcionário recebeu, o pagamento está em dia. As pessoas que ainda tem acerto podem crer que eu vou acertar, mas, em primeiro lugar, eu tenho que pagar quem está trabalhando. Eu vou pagar, mas eu tenho que eleger prioridades.


Por Marcelle Louise



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