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Audiência Pública debate a importância da produção de alimentos orgânicos

O cultivo de produtos orgânicos e sua implantação nas hortas municipais de Sete Lagoas foi o objetivo da audiência pública, proposta pelo vereador Gilberto Doceiro (PMDB), que reuniu, na última quarta-feira (20), no plenário da Câmara Municipal, profissionais da Emater, Epamig, Embrapa, Universidade São João Del Rei, secretarias municipais, além de produtores das hortas comunitárias de Sete Lagoas.

Foto: TV Câmara de Sete Lagoas Foto: TV Câmara de Sete Lagoas

Os vereadores Milton Martins (PSC) e Renato Gomes (PV) também estiveram presentes. Durante os debates, foram expostos os caminhos para se chegar a uma produção orgânica interessante para o produtor e a sociedade.

O vereador Gilberto Doceiro ressaltou que a técnica convencional de produção agrícola resulta em desgaste do solo, contaminação de alimentos por agrotóxico e diminuição da qualidade de produção, portanto, acredita na produção de orgânicos que mantém a qualidade do alimento. “A produção orgânica respeita o meio ambiente, evitando a contaminação do solo, água e vegetação. Os alimentos são mais saudáveis, saborosos e possui maior valor nutricional e a maneira de produzir busca utilizar recursos naturais, respeitando a cultura das comunidades e ainda minimiza o uso de energias não renováveis”, disse.

O engenheiro da Emater, Frank Martins Teixeira, explica que muitas vezes o produtor trabalha com orgânicos, mas que para comercializar é necessária a certificação do produto. “O produto para ser vendido como orgânico precisa seguir uma legislação, a lei 10.831, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O mais comum é a certificação por auditoria, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária, que pode fornecer o selo, desde que o produtor siga os protocolos. Hoje, apenas um agricultor orgânico é certificado em Sete Lagoas”, enfatiza. Segundo o engenheiro, a Emater fornece informações a produtores como incentivo, “mas depende dos produtores chegar nessa linha de produção agroecológica”, afirma.

Já o entomologista da Embrapa, Walter Matrangolo, explica que aplicar veneno no solo de Sete Lagoas é ainda mais perigoso do que em outras regiões. “O solo calcário de Sete Lagoas é bastante frágil e qualquer contaminação na superfície pode contaminar a água para sempre. Portanto, não podemos ficar aplicando veneno na nossa região, porque pode prejudicar várias gerações futuras”, avisa.

A professora da Universidade Federal de São João Del Rei, Leila Louback Ferraz, informou que o Brasil é o campeão no uso de agrotóxicos no mundo desde 2008. “A cada três alimentos que se consome no Brasil, dois são contaminados por agrotóxico, muitas vezes agrotóxicos não permitidos pela legislação. Mas em contraponto, o Censo de 2006 aponta que Minas Gerais é o estado com maior produção urbana e produção diversificada”, comemora. A professora também explicou o conceito de agroecologia, que pensa a biodiversidade, um sistema que tende a se equilibrar.

Central de compostagem – A produtora Cirlei Silva, presidente da Associação da Horta Comunitário do Nova Cidade, disse que é necessário apoio, mas que se todos lutarem por esse ideal é possível implantar a agricultura orgânica em Sete Lagoas. “É uma luta de todos os produtores utilizar a Central de Compostagem. O mais importante é ouvir o produtor, queremos acabar com a dificuldade da procura pelo esterco, que é caro!”, ressalta. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Bruno Violante, explicou que a Central de Compostagem já está funcionando. “A usina está em operação, estamos entregando os compostos para os produtores. Mas é uma cultura que estamos tentando implementar, incentivando os produtores a conseguirem a certificação de orgânicos. Estamos realizando reuniões com produtores para avançar no assunto”, garantiu.

O vereador Gilberto Doceiro comemorou o resultado da audiência pública e afirmou que os trabalhos não vão parar por aí. “Foi uma audiência rica em esclarecimentos, uma semente que plantamos. Importante dizer que os orgânicos são um caminho para uma vida saudável, portanto, vamos nos reunir com a zona rural em uma audiência mais abrangente”, finalizou.


Com Ascom TV Câmara



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