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Diante das dificuldades encontradas na administração Pimentel pensa em candidatura ao senado

A possibilidade de o governador Fernando Pimentel (PT) desistir da reeleição para disputar uma das duas vagas ao Senado Federal no pleito deste ano esbarra, principalmente, no fato de ter que deixar a máquina estadual nas mãos do seu arqui-inimigo: o vice-governador Antônio Andrade, presidente do MDB mineiro. Essa análise é unânime tanto entre políticos da base do petista quanto entre os da oposição ao governo.

Desgastes com servidores e falta de repasses aos municípios tem influenciado em possível desistência a reeleição de Pimentel/Foto: DivulgaçãoDesgastes com servidores e falta de repasses aos municípios tem influenciado em possível desistência a reeleição de Pimentel/Foto: Divulgação

“Pimentel não deixaria nunca a chefia do Executivo de bandeja para seu maior desafeto”, disse um aliado de Toninho Andrade. Outra fonte ouvida pela reportagem, porém, garantiu que aliados do petista estariam tentando convencer o vice a também deixar o cargo no primeiro trimestre deste ano para que o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes (MDB), assuma o Palácio Tiradentes até o final do mandato.

Essa informação também foi desmentida por aliados do vice-governador. “Pimentel não teria coragem de propor isso ao Toninho Andrade, até porque a chance de ele renunciar ao cargo de vice é zero”, disse um aliado próximo do líder emedebista.

No entanto, interlocutores ouvidos na quinta-feira (11) pela reportagem disseram que Pimentel teme uma derrota nas urnas, já que amarga um desgaste com servidores por causa do pagamento parcelado dos salários. Além disso, os atrasos em repasses da cota-parte do ICMS aos municípios poderiam minar suas chances de ser reeleito no interior, onde o petista teria maior aceitação.

Como Pimentel quer garantir o foro privilegiado, já que foi denunciado três vezes no âmbito da operação Acrônimo, conquistar uma vaga no Senado é considerada uma maneira mais fácil de ser eleito e escapar da Justiça em primeira instância. O atual governador é suspeito de corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de ter beneficiado, em troca de propina, a montadora Caoa e as empreiteiras Odebrecht e JHFS quando era ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Pimentel nega as irregularidades.

Chances. Um dos mais importantes articuladores do grupo político de oposição ao PT, Danilo de Castro (PSDB) acredita ser quase nula a chance de que Pimentel renuncie ao cargo de governador – o que, pela lei, deve ocorrer até abril – para tentar uma vaga de senador. “De fato, na política, tudo é possível. Mas, pelas conversas que tenho tido com o Toninho Andrade, essa possibilidade é praticamente nula”, resumiu o ex-deputado.

A informação de que Pimentel poderia abrir mão de disputar a reeleição revoltou o deputado estadual Durval Ângelo (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa. “Como o Pimentel pode deixar, durante nove meses, o governo de Minas nas mãos do famoso e conhecido nos meios políticos como ‘Toninho Traíra’, o vice-governador Toninho Andrade?”, questionou o parlamentar, rechaçando a possibilidade.

Ainda segundo o deputado estadual do PT, Fernando Pimentel tem melhorado os indicadores econômicos do Estado e a comunicação com a população. “Hoje, mais do que nunca, é a pessoa favorita para ser o candidato à reeleição, ainda mais quando o senador Aécio Neves (PSDB) tem se articulado nos bastidores para ser candidato a governador”, defendeu Durval Ângelo.

Sem resposta

“Traíra”. O vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MDB), recusou-se a responder ou comentar na sexta-feira (12) os ataques do deputado Durval Ângelo (PT), que o chamou de “Toninho Traíra”.

Visões do tema

“Como o Pimentel pode deixar, durante nove meses, o governo de Minas Gerais nas mãos de seu arqui-inimigo, o famoso e conhecido no meio político como ‘Toninho Traíra’, o vice-governador Toninho Andrade? Pimentel é o favorito para a reeleição ao governo e sairá vitorioso.” Durval Ângelo (PT), deputado estadual 

“É legítimo que a primeira-dama Carolina Pimentel queira pleitear um cargo nas eleições, mas acho que a situação dela no âmbito da operação Acrônimo é muito complicada.” Danilo de Castro (PSDB), ex-deputado estadual e articulador político

Renúncia dá chances à esposa

Também acusada de suposto envolvimento em esquemas de corrupção, a primeira-dama Carolina Pimentel pode disputar uma vaga na Câmara Federal, segundo fontes petistas, como forma de obter o foro privilegiado. Nos últimos meses, a esposa de Fernando Pimentel e presidente do Servas tem feito uma imersão pelo interior, participando de eventos e entregas do governo. No entanto, conforme legislação federal, para que a primeira-dama possa disputar um cargo em Minas, Fernando Pimentel é obrigado a renunciar ao governo. Isso também estaria pesando na escolha de Pimentel de desistir da reeleição e tentar o Senado. O líder do governo Durval Ângelo também nega a hipótese.


Da Redação com OT



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