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Economia criativa é discutida em audiência pública na Câmara de Sete Lagoas

Economia criativa é um conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A indústria criativa estimula a geração de renda, cria empregos e produz receitas e exportação, enquanto promove a diversidade cultural e o desenvolvimento humano.

Foto: Ascom CMSLFoto: Ascom CMSL

Com o objetivo de alavancar o tema e as diversas possibilidades que ele oferece em Sete Lagoas, a Câmara Municipal realizou uma audiência pública na última quarta-feira (19), com vários interessados no assunto para estabelecer uma conexão entre os atores da área. O plenário estava repleto de produtores culturais, empresários, secretários e pessoas envolvidas em diversos segmentos culturais.

A autoria da sessão é do vereador Renato Gomes (PV) em conjunto com o gabinete do presidente do Legislativo Cláudio Caramelo (PRB). O analista do Sebrae Rodrigo Barbosa abriu os trabalhos e definiu que economia criativa tem "quatro pilares que são o consumo, cultura, mídias e tecnologia".

O Sebrae atua na promoção e fortalecimento do setor, além de conectar segmentos e fomentar a inovação e o acesso ao mercado. Ainda segundo Rodrigo, Minas Gerais tem o terceiro maior PIB criativo do país com aproximadamente 22 mil empresas criativas. “O movimento transborda para outros segmentos e gera impactos em vários setores”, informa.

O músico e produtor cultural Leo Guto falou do potencial cultural da cidade quando o assunto é economia criativa. Para exemplificar ele citou a última edição do Park Day, que acontece há cinco anos na Praça da Feirinha. “Em um único dia foram sete mil pessoas que passaram pelo local. O evento nos custou R$ 13,5 mil com uma movimentação financeira total de R$ 250 mil”.

De acordo com os dados apresentados calcula-se que a cada R$ 1,93 investidos os produtores conseguiram apurar um retorno de R$ 35. “Quem não quer investir pouco mais de R$1 e ter de lucro R$ 35? O dinheiro investido nesse evento volta de forma imediata para o município”, ponderou Guto.

A extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), Alcione Carvalho, falou da participação da empresa no auxílio a produtores de flores que expandiram seus ganhos. Alcione levou duas produtoras que falaram da experiência nas propriedades rurais onde vivem.

O coletivo feminista Várias Marias foi representado por Carolina Leão, que falou que sete a cada dez mulheres trabalham fora de casa. Ela cobrou políticas públicas de valorização das mulheres e sugeriu a realização de uma feira com o objetivo de girar produtos e serviços fabricados e gerados por mulheres.

Empresário, Ângelo Lanza, falou sobre o potencial turístico da cidade e fez um apelo para a classe política presente. “Estamos batalhando para trazer um turista para a cidade e não adianta essa batalha se quando ele chega a rua está cheia de buraco. Precisamos da ajuda do poder público. Cuidem bem da nossa cidade”, pediu.

O artista e produtor Paulinho do Boi encerrou as palestras e falou sobre os avanços conquistados pela classe ao longo dos últimos anos. Para o artista é preciso, também, trabalhar com políticas públicas responsáveis e conscientizar a todos. “Não se fala de economia criativa sem o sentimento de pertencimento nas pessoas”, definiu.

Em nome do Executivo, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fabrício Nascimento, prometeu e colocou como meta agilizar a liberação de alvarás para os eventos. “É coisa pequena, mas de muita importância para os organizadores”, avaliou. Fabrício garantiu também apoio à feira que foi sugerida pelo coletivo Várias Marias.

Cláudio Caramelo disse, depois de exaltar os produtores de eventos, que “é preciso organizar as coisas”. A fala faz referência à proposta de reforma administrativa que o prefeito Duílio de Castro pretende implantar. Nela, o número de secretarias cai de 17 para oito. Mas para Caramelo a secretaria de Cultura não pode se fundir à Educação. “O projeto ainda não chegou à Câmara, mas vamos brigar para a Secretaria de Cultura ficar independente”, antecipou ao arrancar aplausos.

Renato Gomes também manifestou sua “preocupação” com a proposta porque, segundo ele, já aconteceu essa fusão no passado e foi muito difícil fazer esse desmembramento. Renato defende uma atuação sozinha e independente da Secretaria de Cultura.

Para Milton Martins (PSC), “Sete Lagoas ainda não definiu sua vocação”. O vereador reforçou que “a Câmara tem contribuído, a gente tem feito. É preciso respaldo do Executivo”. O parlamentar sugeriu a criação de um circuito turístico onde as pessoas conheceriam pontos turísticos a partir de um ônibus que sairia do centro da cidade.

Após os debates Renato Gomes avaliou que a sessão teve “papel importante porque demos um pontapé inicial. Tenho esperança e certeza que colheremos grandes frutos”. Renato sugeriu como encaminhamento que seja marcada uma reunião com representantes dos segmentos “para que possamos debater e encontrar possibilidades de fortalecimento da economia criativa na cidade”.

Com Ascom CMSL



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