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Clubes brasileiros de futebol acumulam dívidas / Coluna / Álvaro Vilaça / Tempo Esportivo

1º Tempo

Não é segredo para ninguém que o futebol brasileiro está em colapso financeiro, sobretudo após o início da pandemia do novo coronavírus. Milhões em dívidas na Fifa, bloqueio de inscrições na Confederação Brasileira de Futebol, possibilidade de dedução de pontos. Essas são algumas das preocupações de alguns dos nossos clubes nos últimos meses.

Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução

É o caso de equipes como Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Santos e Sport, que acumulam dívidas de curto prazo por conta de negociações e precisam voltar as atenções para o lado jurídico da história.

Há um mês, a punição imposta pela Fifa ao Cruzeiro ligou o sinal de alerta para as equipes que têm dívidas internacionais cobradas na entidade máxima do futebol. Por não cumprir com a ordem para pagar € 850 mil (cerca de R$ 4,8 milhões) ao Al Wahda, a Raposa começará a Série B de 2020 com menos seis pontos na tabela.

A questão do clube mineiro retrata uma tendência a ser seguida pela entidade, principalmente, porque as etapas do processo foram encurtadas, tornando o procedimento mais rápido.

Uma vez que o débito com o clube dos Emirados Árabes não é o único pelo qual responde na Fifa, o Cruzeiro reconhece estar sujeito a sofrer novas sanções. No entanto, de acordo com membros da diretoria, o clube trabalha no sentido de minimizar o cenário. Há ainda 18 processos ativos na Fifa. Todas as dívidas estão sendo objeto de negociação de diversos lados, para captação de recursos e de se conseguir a quitação.

O Sport ainda corre contra o prazo da primeira ordem de pagamento emitida pela Fifa, no início de maio. São 45 dias, a partir da comunicação dos dados bancários do Sporting, de Portugal (credor no caso), para pagar € 907 mil (cerca de R$ 5,1 milhões) referente à compra do atacante André, adquirido em 2017.

O Corinthians vive cenário semelhante. Deve duas parcelas da compra dos direitos do zagueiro Bruno Méndez ao Montevideo Wanderers, do Uruguai, e está sujeito à mesma punição, com o bloqueio da janela de transferências.

O Santos, por outro lado, perdeu um dos prazos. Atualmente, está bloqueado no sistema de inscrições da CBF por conta de uma pendência com o Hamburgo, da Alemanha, em relação à compra do zagueiro Cleber Reis. Mas não é o único caso. O clube paulista também responde processos envolvendo o Huachipato, do Chile, o Club Brugge, da Bélgica, o Atlético Nacional, da Colômbia, e o Krasnodar, da Rússia.

Há outros clubes com problemas financeiros graves, entre eles o Atlético, contudo, esses dispõem de um pouco mais de tempo para realizarem as quitações e a maioria dos processos ainda não se encontram em fase final de execução.

2º Tempo

Apesar de também enfrentar problemas financeiros e com um grande passivo para administrar, na contramão dos outros clubes brasileiros, o Atlético tem se movimentado no mercado do futebol nesse período de paralisação dos campeonatos. O técnico Jorge Sampaoli fez algumas exigências para reforçar o atual elenco. O Diretor de Futebol, Alexandre Matos, concedeu entrevista no último final de semana e explicou a situação: “A gente pensa grande, o Sampaoli já é um projeto grande e vamos, realmente, pensar em jogadores sim de potencial futuro, como é o próprio Alan Franco, o Léo Sena, mas também jogadores que possam dar peso para que o Alan não seja tão responsável e consiga crescer, evoluir, e outros para resolver na hora de pressão. A gente vem desenhando isso, um elenco muito enxuto, 17 jogadores, três goleiros, dois jogadores que tiveram lesão, abrindo a lacuna para que chegue outros jogadores dentro de uma responsabilidade, de um orçamento, sem prejudicar o futuro do Atlético, pelo contrário, criando a possibilidade de um time competitivo, para que a torcida compre essa briga junto”.

Para a atual temporada, o Atlético já fechou várias contratações em definitivo (Hyoran, emprestado pelo Palmeiras, não entra na conta). Dois estavam livres no mercado: Rafael e Diego Tardelli. Os outros, todos comprados pelo Galo, têm idade de no máximo 24 anos.

Considerando a idade de cada jogador no momento da contratação, o Atlético comprou, para 2020, Maílton (21 anos), Allan (22 anos), Dylan Borrero (18 anos), Guilherme Arana (22 anos), Savarino (23 anos), Léo Sena (24 anos), Alan Franco (21 anos) e Marrony (21 anos). No caso de Arana, o primeiro contrato foi de empréstimo, mas com compra futura já engatilhada.

Não há dúvida de que esses nomes são ativos importantes do Atlético e podem gerar grandes negociações no futuro. Alguns deles, porém, custaram valores altíssimos, e as contratações tiveram aporte financeiro de patrocinadores do clube. Allan e Guilherme Arana são dois exemplos.

A partir daí, fica a dúvida em relação à divisão dos lucros em uma negociação futura. O Galo ainda não explicou detalhadamente qual será a contrapartida financeira dos patrocinadores nesses investimentos, mas as novidades no elenco profissional não devem parar por aí.

 

No dia do aniversário, Democrata faz jogo virtual e arrecada recursos para hospital

O Democrata completou 106 anos de fundação no último domingo, 14 de junho. A data não passou desapercebida, apesar do contexto dramático em que está inserido o futebol brasileiro em 2020.

Com todas as competições de futebol profissional paralisadas no país, em função da pandemia do COVID-19, a diretoria democratense utilizou muita tecnologia e ambiente virtual para realizar um jogo na versão eletrônica, com venda de ingressos e participação de vários atletas do presente e do passado do clube.

O maior jogo do Democrata de todos os tempos aconteceu no dia do aniversário do clube e contou com a contribuição do torcedor alvirrubro. Todos aqueles que adquiriram os ingressos concorreram a prêmios, num total de 200 itens que foram sorteados à medida em que metas foram batidas.

Foram vendidos ao todo 667 ingressos, ao preço de R$ 5,00 cada um. Desse montante, 30% foi repassado ao Hospital Nossa Senhora das Graças, que é referência no atendimento para 34 municípios da região e faz um trabalho digno de aplausos no tratamento de infectados pelo novo coronavírus.

O valor total arrecado foi de R$ 3.445,40, sendo que o Democrata ficou com R$ 2.411,78.

No confronto de vídeo game, houve empate em 2 x 2 entre o Democrata Atual e o Democrata de Todos os Tempos. Para o time de 2020 marcaram João Sala e Diego Esch e para o time de Todos os Tempos os gols assinalados foram de Gegê.

As escalações foram as seguintes:

Democrata de Todos os Tempos: Careca, Gomes, Marcos Rocha, João Carlos, Rui Vieira, Jémerson, Aberlado, Lu Guimarães, Petros, Amauri, Gercy, Genuíno, Gegê, Bernard, Paulinho Guará, Bertolo, Luís Carlos, Vaguinho, Braúna, Gérson e Biguá. Técnico: Brandãozinho.

Time Atual: Léo Flores, Artur, Henrique, Eudes, Bruno Silva, Rafa leme, Vinícius Machado, Thiago Willian, Leroy, Pedro, Sillas, Rafinha, Gazu, Marquinhos, Silva, Diego Esch, Guilherme Junio, Isaac, Victor Parada, João Sala, Gleisson, Rodrigo José, Kellisson, Brendon. Técnico: Paulinho Guará.

Conselho Deliberativo: A partir desta semana o Democrata passou a contar com um novo conselho deliberativo. A chapa única tomou posse na segunda-feira, em solenidade rápida na Arena do Jacaré. Seguem os nomes:

Presidente: Gustavo Guerra
Vice-presidente: Luís Fernando
1º Secretário: Adriano Costa
2º Secretário: Denílson Leite

 

Futebol amador deverá retornar em 2021

Em reunião virtual com presidentes das ligas amadoras do estado, Adriano Aro, presidente da Federação Mineira de Futebol, informou que o futebol mineiro retornará as suas atividades em quatro etapas, sendo o Modulo 1 do Campeonato Mineiro a maior prioridade, em função do calendário apertado que vários times desta divisão possuem e também em virtude de contratos anteriormente assinados com a emissora que detém os direitos de transmissão da elite estadual.

Depois que o Módulo I já tiver definido a data de retorno, a FMF vai projetar a volta do Modulo 2, que poderá acontecer em meados do segundo semestre, em novembro, ou até em dezembro.

A Segunda Divisão profissional e as competições do futebol amador correm risco de retornarem somente em 2021, já que as dificuldades para o cumprimento dos protocolos de saúde seriam ainda maiores nestes segmentos.

Na reunião foi apresentado um protocolo de saúde para o possível retorno do futebol amador. A FMF informou que o custo será de cerca de R$ 300,00 reais por jogador e membros da comissão técnica, porém deixou claro que não poderá ajudar, financeiramente, todas as ligas. O retorno também teria de ser sem torcida. Por conta dos custos, e pelo fato de que não é possível realizar jogos do amador sem a presença de público, é praticamente nulo um retorno da categoria no ano de 2020.

A Presidente da Liga Eclética Desportiva Setelagoana, Lea Dias, disse que vai aguardar as novas diretrizes da Federação Mineira de Futebol e seguirá as orientações da Secretaria Municipal de Saúde: “Não posso assumir sozinha uma responsabilidade que pode agravar a situação de Sete Lagoas e região.”

Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, ex-narrador e ex-repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.



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