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Campeonato Mineiro segue sem data de retorno / Coluna / Álvaro Vilaça / Tempo Esportivo

1º Tempo

A semana começou com uma notícia ruim para quem estava na expectativa de ver a volta do futebol em Minas Gerais. O Campeonato Mineiro segue sem data de retorno. A Secretaria de Saúde do Estado divulgou um comunicado vetando a retomada do Módulo I no fim de julho, como desejava inicialmente pela Federação Mineira de Futebol. A decisão ocorre após o Centro de Operações de Emergência em Saúde de Minas Gerais (COES-MG) analisar um protocolo apresentado pela FMF.

Foto: Pedro Gontijo / Imprensa MGFoto: Pedro Gontijo / Imprensa MG

No último dia 17, a FMF se reuniu com o Secretário de Saúde do Estado e com integrantes dos departamentos médicos de Atlético e Cruzeiro. No encontro, estabeleceram um protocolo que previa 26 de julho como uma data possível para a retomada do Módulo I. Para isso acontecer, no entanto, faltava a aprovação do COES. O que não aconteceu.

O plano da Federação era retomar o Campeonato nos mesmos moldes definidos inicialmente em arbitral (com semifinal e final em jogos de ida e volta), mas com partidas sem público e em sede única. Varginha, inclusive, se dispôs a receber o restante da competição.

O Mineiro foi paralisado antes da realização da 10ª rodada. Ou seja, faltam dois jogos para o fim da primeira fase, além da realização da semifinal e da final, com jogos de ida e volta. Para encerrar a competição com este modelo de disputa, serão necessárias seis datas.

Após a apresentação do protocolo para retorno da competição, na semana passada, alguns clubes do interior manifestaram preocupação com a possibilidade de realização em sede única, principalmente pelo aspecto financeiro. Apesar disso, a maioria se posicionou de forma positiva para a volta no fim do mês de julho.

Outro problema enfrentado pelas equipes do interior é a montagem do elenco. A maioria precisou rescindir ou suspender os contratos em função da pandemia. Outros, não chegaram a encerrar os contratos, mas os vínculos do grupo iam apenas até abril, data inicialmente prevista para o término do Mineiro. Boa Esporte, Coimbra e Tombense são as exceções, além, é claro, de América, Atlético e Cruzeiro.

Agora, é aguardar os próximos dias e ver se a FMF conseguirá apresentar um novo protocolo de segurança, para que o Estado possa autorizar o retorno das partidas oficiais do Campeonato Mineiro.

Além disso, está previsto para o final de semana dos dias 08 e 09 de agosto o início do Campeonato Brasileiro das Séries A e B. Ainda não há um posicionamento oficial dos governos sobre essa situação.

2º Tempo

O Cruzeiro retomou as negociações com a administração do Mineirão para tentar resolver o débito milionário que o clube possui com o estádio e iniciar uma nova fase da parceria. As partes já começaram uma negociação, após o presidente Sérgio Santos Rodrigues assumir o clube, com a continuidade de uma tentativa de acordo extrajudicial, que havia avançado quando o Cruzeiro estava sendo gerido pelo conselho gestor.

As negociações foram retomadas com base no ponto em que pararam. O Cruzeiro já tinha alinhado o valor e a forma de pagamento do débito. O total discutido na Justiça ultrapassa os R$ 45 milhões. Mas, com o acordo iniciado pelo conselho gestor, o débito caiu e muito: R$ 19,5 milhões.

A quantia seria quitada de duas formas. O Cruzeiro iria utilizar R$ 10 milhões, depositados judicialmente, para pagar uma parte. O restante, R$ 9,5 milhões, seria pago em parcelas. Parte deste valor seria obtido ainda por um outro acordo: o de naming rights do Mineirão.

Por isso, o otimismo. As conversas haviam sido congeladas com o clube mineiro por causa da pandemia do novo coronavírus.

 

Pandemia faz grandes estragos nas finanças dos clubes no Brasil

Que a pandemia do novo coronavírus está impactando a grande maioria dos clubes não é novidade. Porém, o prejuízo financeiro pode ser maior do que muitos esperavam no Brasil. Flamengo, São Paulo e Internacional estão entre os clubes que mais vão perder, enquanto o Atlético tenta se salvar dentre os principais times brasileiros.

De acordo com estudo publicado pela Sports Value, empresa especializada consultoria financeira e marketing esportivo, os vinte clubes da primeira divisão do Brasil podem perder um total de R$ 2,5 bilhões, fazendo com que a receita conjunta dessas equipes seja reduzida para R$ 3,6 bilhões em 2020, frente a R$ 6,1 bilhões em 2019.

O quesito que irá trazer o maior impacto para os clubes, segundo o estudo, será a receita com vendas de jogadores, que deve gerar perdas de até R$ 800 milhões no total em comparação com o ano de 2019, seguido de direitos de TV (até R$ 500 milhões) e bilheteria (até R$ 410 milhões). Receitas com patrocínio, premiação, sócio-torcedor e com o clube social também foram computadas.

Entre os clubes, o Flamengo será um dos mais impactados, com uma queda de 42% na receita em comparação com o ano passado. Com o desempenho fantástico de 2019, os títulos e as vendas de jovens para a Europa, o rubro-negro carioca arrecadou um total de R$ 950 milhões, com boa parte dos ganhos vindo de transferências, direitos de TV e bilheteria. O total esperado para 2020 é de R$ 551 milhões.

Além do Flamengo, Athlético e Internacional são os clubes brasileiros que mais devem sentir os efeitos da pandemia, com perdas de receita superiores a 40% em comparação com o ano passado (43%, 42%, respectivamente).

O Cruzeiro também deve faturar 44% a menos do que em 2019, mas boa parte desse prejuízo está relacionado com a queda do clube para a série B do Campeonato Brasileiro.

Dentre os maiores clubes do Brasil, Atlético e Grêmio são os que devem perder menos em comparação com o ano de 2019. O estudo projeta uma arrecadação de R$ 260 milhões ao final de 2020 para o Galo, e de R$ 325 milhões para o tricolor gaúcho (perdas de 27% e 26%, respectivamente).

 

Campeonato Brasileiro deve começar em agosto

Enquanto os campeonatos na Europa estão de volta, o futebol brasileiro segue vivendo um momento de grande indefinição. Após longos períodos de discussão e muita controvérsia, a única competição que está de volta é o Carioca. O catarinense deve voltar em 08 de julho. Mas enquanto os estaduais seguem parados, a CBF trabalha para definir o retorno do Brasileirão.

Em reunião com a Comissão Nacional de Clubes (CNC) e com a presença dos 40 clubes participantes das séries A e B da competição nacional, ficou decidido que o Campeonato Brasileiro de 2020 pode retornar ainda em agosto deste ano.

Na reunião ficou acordado que o Campeonato Brasileiro da Série A poderá retornar no dia 9 de agosto, um domingo. O possível retorno da Série B ficou marcado para um dia antes. O início das competições nacionais deve acontecer antes do final dos estaduais, que ainda seguem indefinidos em sua maioria.

Apesar de haver uma data para o Brasileirão começar, o início da competição ainda vai depender do andamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil e do aval das autoridades de saúde do país.

Como a competição estava programada para começar em maio, foi muito comentada a possibilidade de um novo formato de disputa ser adotado, para adequar os jogos ao calendário mais apertado do que o normal.

No entanto, na reunião também ficou acordado que o Brasileirão de 2020 segue no formato tradicional, por pontos corridos, e com 38 rodadas mantidas.

Com o número de jogos mantido e o menor espaço no calendário, não será possível terminar o campeonato no de 2020. Assim, a previsão é de que o Brasileirão termine apenas em fevereiro de 2021.

Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, ex-narrador e ex-repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.



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