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Coluna / Economia / Panorama de Mercado no Brasil

PANORAMA DE MERCADO – CENÁRIO ATUAL - BRASIL

Olá pessoal, gostaria de compartilhar com vocês um pouco do sentimento do investidor estrangeiro em relação ao Brasil e comentar um pouco do atual cenário econômico e do mercado em geral.

Percepção Geral:

- Indo direto ao ponto: a percepção do investidor estrangeiro continua negativa com o Brasil.

- Nossa política econômica continua perdendo credibilidade, à medida que fica cada vez mais clara uma política obcecada por crescimento de curto prazo e assumindo riscos quanto a trajetória de inflação.

- Está ficando na moda comparar o Brasil com o México para evidenciar nossos erros e os custos que teremos que arcar pela frente

- O México, diferentemente do Brasil, mostrou uma recuperação mais lenta no pós crise 2008/09, porém mais sustentável.

- Só para termos noção, o Brasil hoje se encontra 12% acima dos níveis pré-crise enquanto o México está 6% acima.

- Por outro lado, hoje o México se encontra com uma política fiscal equilibrada, uma inflação bem controlada, com expectativas ancoradas no centro da meta (3%), um mercado de crédito equilibrado e governo vem priorizando, aos poucos, uma maior abertura da economia.

- Resultado: México cresceu 4,0% ano passado e nós 2,7% e salvo fortes surpresas, o país crescerá outros 4% este ano e nós vamos crescer menos de 2,0%.

- Para agravar o quadro da comparação, a economia mexicana está exposta aos EUA enquanto nós, expostos a China, que claramente não apresenta mais o apetite por commodities que apresentou nos últimos anos.

- “México aproveitou / está aproveitando o momento para investir em produtividade. It’s a wake up call for Brazil”

- Que parece está acordando agora com os novos projetos de infraestrutura que serão anunciados. Bom sinal.

- Nesse contexto, ficou claro que o fluxo pra Brasil secou. O “easy money” que vinha atrás de uma taxa de juro elevada, um câmbio em apreciação e boom de commodities acabou. Brasil vai ter que fazer por onde para voltar a atrair fluxo de capitais e nesse sentido, governo tem atrapalhado, mas parece que aos poucos está começando a aprender a lição.

- Há um claro desconforto pelo nível de intervencionismo e protecionismo do nosso governo.

- “As regras do jogo não são claras e podem mudar rapidamente. Isto é ruim para fluxo. Devemos permanecer neste contexto ainda por um tempo.”

- Até entendem que existem avaliações mais atrativas, mas preferem manter posições leves no curto prazo, alegando que, não bastasse o alto nível de incertezas externas, há incertezas internas quanto a política econômica.

- Vale ressaltar alguns vizinhos que estão passando a aparecer no radar dos investidores e concorrendo com a gente: Peru e Colômbia.

 

Política monetária e cambial:

- BC vai continuar cortando mais 2 ou 3 reuniões e SELIC vai terminar o ciclo próxima a 7%.

- Risco? Para baixo.

- E o ciclo de alta nos juros? Não vai vir tão cedo. E quando vier vai se mostrar bastante tímido, com clara preferência por testar outros instrumentos que não a taxa de juros básica.

- Há um claro e crescente desconforto com a institucionalização do nosso Banco Central.

- Investidores continuam preocupados com a inflação. Riscos claramente inflacionários para nossa economia, mas estão esperando para ver o impacto potencial do novo plano de energia que o governo vai anunciar nas próximas semanas.

- Muito fluxo ainda para ativos linkados à inflação. São os novos queridinhos dos investidores:

- “Enquanto política econômica permanecer baseada em meta de crescimento e não meta de inflação, fluxo para ativos linkados a inflação vai continuar”

- O câmbio mesmo no nível de R$2,0 continua fundamentalmente sobrevalorizado e não está ajudando a indústria, apenas trouxe um alívio marginal

- Forças de apreciação do real vão continuar -> excesso de liquidez nos mercados globais

- Com isso, intervencionismo na moeda vai continuar / aumentar

- Assim, o dólar está claramente assimétrico para a valorização: 1) Boom dos termos de troca está acabando. 2) Brasil não é mais o queridinho do fluxo externo. 3) Política econômica com ruídos / intervencionismo. 4) Incerteza regulatória (IOF)

Bolsa / Setores

- Difícil montar grandes posições agora: alta incerteza com Europa e, no caso do Brasil, com a China.

- Vale destacar as declarações do diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castello Branco:

- “A era de ouro da demanda por commodities industriais na China acabou. E, no momento, os sinais de recuperação chinesa estão se mostrando fracos. Vejam: não estou pessimista. Estou sendo realista”

- Obs: Claramente esta declaração afetou/está afetando negativamente os papéis da companhia.

- Quanto a preferência por setores, existe um desconforto com o ciclo de crédito e o setor imobiliário

- Apesar de, no geral, o Brasil não estar muito atrativo, existem alguns setores específicos que estão saltando aos olhos dos investidores. São eles: Health Care, Educação, infraestrutura e, principalmente, Shopping Center.

 

Grande abraço a todos e até uma nova oportunidade.

Dúvidas, favor encaminhar por e-mail que terei prazer em responder.

Felipe Campolina é Sócio/Diretor da Vanguard Investimentos, afiliada XP Investimentos. Assessor de Investimentos e especialista em mercado financeiro. Certificado pela ANBID, ANCORD e PQO Bovespa. Mestrando em Administração de Empresas.

Contato:  felipe.campolina@vanguardinvestimentos.com

31-87459577



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