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Coluna / Mirela Leal / Psicologia / Vamos falar sobre bullying?

Crianças e adolescentes, assim como os adultos, dividem momentos de socialização com seus pares e, muitos desses momentos são marcados pela presença de brincadeiras que geram diversão e interação. Mas, quando essas “brincadeiras” são carregadas de constantes piadas, fofocas, apelidos maldosos, práticas de isolamento, chutes empurrões, poderiam ainda ser consideradas “apenas brincadeiras”? Essas ações são comumente encontradas nas práticas de bullying.

Foto Ilustrativa - Reprodução InternetFoto Ilustrativa - Reprodução Internet

No passado, ações como essas eram consideradas como “brincadeiras de mau gosto” ou ainda como “brincadeiras normais”. Hoje, são vista como atos de violência persistentes e recebem uma maior visibilidade. Apesar disso, muitos ainda têm dificuldade em definir quais ações são consideradas bullying e quais são suas consequências.

Fenômeno comum nas escolas, mas não exclusivo desse ambiente, o bullying ocorre por meio de agressões físicas, verbais ou psicológicas, contra uma mesma pessoa, de forma intencional, repetidas vezes e em um período de tempo prolongado. A repetição sistemática e o desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima são as características que diferenciam o bullying de outros tipos de agressões.

No ambiente virtual, as manifestações dessas práticas hostis recebem o nome de cyberbullying que, atualmente, tem gerado grande preocupação por sua facilidade de propagação e persistência, e dificuldade na identificação dos agressores.

São fenômenos que acarretam problemas psicológicos, comportamentais e sociais a curto e longo prazo, como: altos níveis de ansiedade, distúrbios alimentares, alterações no padrão de sono, depressão, isolamento social, baixa autoestima, dificuldade em resolução de problemas e ideação e comportamentos suicidas.

Muitas vezes as vítimas de bullying não relatam a violência sofrida por medo ou vergonha. Mas, mudanças no comportamento podem indicar que estão sofrendo alguma forma de perseguição ou intimidação. Alguns desses sinais podem ser: falta de vontade em ir à escola ou sentir-se mal ao ir à escola, chegar da escola machucado ou com algum pertence estragado, mudanças repentinas de humor, dificuldades em fazer amigos, alterações no apetite, pesadelos e dificuldades no sono.

As intervenções psicológica, familiar e escolar em ocorrências de bullying são essenciais, tanto para as vítimas quanto para os agressores, uma vez que essas intervenções possibilitam o desenvolvimento de competências psicossociais, melhora nos relacionamentos interpessoais, capacidade de resolução de problemas, aumento no leque de habilidades sociais e a formação de futuros adultos fisicamente e psicologicamente saudáveis.

FONTE: DORNELLES, V. G; SAYAGO, C. W. Bullying: avaliação e intervenção em Terapia Cognitivo-Comportamental. Porto Alegre: Sinopsys, 2012.

Graduada em Psicologia (FCV), pós graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo). Psicóloga Clínica na Empremed - Clínica Médica e no consultório Vínculos Psicologia Clínica e Saúde. 




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