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Coluna / Distopia / Liberdade mundana

Dizem que os anjos são desprovidos de alma, do livre-arbítrio, que possuem apenas uma aura pulsante. Foram criados para guardar a terra e o céu enquanto seu Pai Celestial descansa em sono profundo. Os anjos possuem um objetivo, uma razão para sua existência. Essa razão permanece única até sua aura se apagar.

Foto: Paul WilsonFoto: Paul Wilson

Ou melhor, até um deles cair.

Ela era um anjo caído dos sete céus, cansada das nuvens, da passagem das estrelas. Queria sentir a terra sob seus pés, os raios solares em sua face. Queria participar do mundo que guardava, e não apenas ser uma mera expectadora enquanto seres fantásticos, mundanos, embarcavam em aventuras que ela mal poderia imaginar com sua mente angelical.

Ela tinha sim o poder de escolha – escolhera buscar sua alma no amor daqueles que escolhera, que outrora foram julgados como seres profanos, sem valor algum perante a divindade do universo, a atemporalidade dos arcanjos.

Ela escolhera voar por conta própria, em meio aos homens de barro de quem tanto ouvira falar, aqueles a que ela jamais poderia se igualar.



Paula Kilesse cursa Sistemas de Informação e é autora do blog Tempo de Cappuccino, onde escreve poemas e contos baseados (ou não) em sua realidade. A coluna Distopia tem como objetivo expandir seu universo, levar suas histórias para a população da cidade e indicar trabalhos similares ao seu; que destoam do usual.




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