Dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (4) revelam que um em cada cinco jovens brasileiros, equivalente a 9,1 milhões de pessoas com idades entre 15 e 29 anos, abandonou a escola antes de concluir a educação básica em 2023. Apesar da expressiva taxa, os índices têm mostrado queda ao longo do tempo: em 2022, o percentual era de 19,9%, e em 2016, de 25,3%.
Segundo o IBGE, embora mais brasileiros concluam a educação básica obrigatória a cada geração, ingressar e finalizar o ensino médio ainda é um desafio significativo para muitos jovens. Do total que abandonaram os estudos, 36,3% chegaram a iniciar o ensino médio, mas não o concluíram, enquanto 63,7% não alcançaram esse nível: 39,4% tinham apenas o fundamental incompleto ou nenhuma instrução, e 24,3% concluíram apenas o ensino fundamental.
Motivos do Abandono Escolar
As razões para deixar a escola variam entre os gêneros. Entre os homens de 15 a 29 anos, a principal justificativa foi a necessidade de trabalhar, apontada por 53,5%. Para as mulheres, fatores como gravidez (23,1%) e afazeres domésticos (9,5%) somaram mais do que a necessidade de trabalhar (25,5%).
Os dados também mostram que, no momento da pesquisa, os motivos para não frequentar a escola seguiram uma tendência semelhante. Entre os homens, a necessidade de trabalhar foi mencionada por 58,6%, seguida pela falta de interesse (26%). Já entre as mulheres, os afazeres domésticos foram o principal empecilho (36,3%), seguidos pela necessidade de trabalhar (27,4%).
Comparações Internacionais
O estudo revelou ainda que 40,1% das pessoas entre 25 e 64 anos no Brasil não haviam concluído a educação básica em 2023. Esse percentual é mais que o dobro da média dos países da OCDE (19,8%) em 2022, destacando um desafio educacional crítico para o Brasil.
Além disso, o país apresenta índices piores que outras nações latino-americanas, como Colômbia (37,9%), Argentina (33,5%) e Chile (28%). Esses dados reforçam a urgência de políticas públicas para enfrentar o abandono escolar e ampliar o acesso à educação de qualidade no Brasil.
As informações são parte da “Síntese de Indicadores Sociais”, publicação do IBGE que reúne dados de pesquisas como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Da Redação com O Tempo