No dia 15 de abril de 2025, o Tribunal Superior Nacional do Peru condenou Nadine Heredia e seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Eles foram considerados culpados de receber cerca de US$ 3 milhões em contribuições ilegais da construtora brasileira Odebrecht e do governo venezuelano durante as campanhas presidenciais de 2006 e 2011.
Enquanto Humala foi preso imediatamente após a sentença, Heredia buscou refúgio na Embaixada do Brasil em Lima. Invocando a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, o governo brasileiro concedeu o asilo, e o Peru emitiu um salvo-conduto permitindo sua saída do país.

Transporte oficial e repercussões
Em 16 de abril, Heredia e seu filho chegaram a Brasília a bordo de um avião da FAB. A utilização de recursos públicos para transportar uma pessoa condenada por corrupção gerou críticas. O colunista Josias de Souza afirmou que, embora o asilo esteja previsto em tratados, “é muito constrangedor o governo brasileiro lhe dar um avião”.
A organização Transparência Internacional também criticou a decisão, acusando o governo brasileiro de “corromper” o uso do asilo político ao concedê-lo a uma pessoa condenada por corrupção.
Implicações diplomáticas e éticas
Embora o asilo diplomático seja um instrumento legal previsto em acordos internacionais, sua concessão a indivíduos condenados por corrupção pode ser vista como um enfraquecimento dos esforços anticorrupção na região. Além disso, o uso de recursos públicos para facilitar a fuga de uma pessoa condenada levanta questões sobre a responsabilidade fiscal e ética do governo brasileiro.
O caso também destaca a necessidade de uma análise criteriosa na concessão de asilos políticos, especialmente quando envolvem figuras públicas condenadas por crimes graves. A transparência e a coerência nas decisões governamentais são essenciais para manter a confiança pública e as relações diplomáticas saudáveis.
com informações do El País