A campanha de arrecadação criada para o alpinista Agam, que atuou como voluntário no resgate da brasileira Juliana Marins na Indonésia, foi encerrada neste domingo (29), após ultrapassar a marca de R$ 522 mil. A decisão foi comunicada pela plataforma responsável, que anunciou também a devolução total dos valores arrecadados.

A iniciativa, promovida pelo site Razões Para Acreditar em parceria com a plataforma Vooa, foi interrompida após críticas envolvendo a taxa administrativa de 20% cobrada pela organização. Apesar de a taxa estar informada desde o início no site, a repercussão negativa levou os organizadores a cancelar a vaquinha e reembolsar automaticamente todos os doadores a partir desta segunda-feira (30).
“Tomamos essa decisão após questionamentos relacionados à nossa taxa administrativa, que, embora transparente desde o início, gerou desconforto em parte do público. Reconhecemos que a comunicação poderia ter sido mais clara”, diz a nota publicada nas redes sociais.
A organização ainda destacou que a discussão sobre a arrecadação acabou desviando o foco da campanha e da história que pretendiam apoiar:
“Reconhecemos com humildade que, neste momento, a discussão em torno da ‘Vaquinha do Agam’ desviou a atenção da essência da campanha e, principalmente, da história que desejávamos apoiar”.
Quem é Agam?
Agam Rinjani, nome pelo qual ficou conhecido em referência ao Monte Rinjani — local onde Juliana caiu e morreu — nasceu em Makassar, na Indonésia. Antes da tragédia ganhar repercussão, Agam era pouco conhecido e compartilhava com poucos seguidores suas aventuras pelas montanhas.
Com o caso da brasileira, Agam ganhou notoriedade no Brasil e passou a ser considerado um herói por muitos, o que motivou milhares de pessoas a contribuir financeiramente com a vaquinha.
Logo após tomar conhecimento do desaparecimento de Juliana, ele se dirigiu ao local do acidente. As buscas foram compartilhadas em tempo real nas redes sociais, tanto por ele quanto por Tyo Survival, outro voluntário envolvido na ação.
Durante os momentos mais angustiantes da busca, Agam publicou mensagens e atualizações tentando oferecer algum conforto ao público brasileiro. Além de Agam e Tyo, outros voluntários participaram dos esforços, entre eles os guias Dwi Januanto Nugroho, Syamsul Padhli Otonk e o montanhista Furqan Renggoo.
Mesmo após localizarem o corpo de Juliana na terça-feira (24), Agam permaneceu a noite toda com a vítima, em uma encosta íngreme e instável, para evitar que o corpo escorregasse ainda mais. A remoção só foi possível no dia seguinte, devido às condições do tempo.
com informações da Itatiaia