Está aberta até sexta (8/11) a Exposição África em Nós no Centro Cultural Nhô-Quim Drummond (Casarão) em Sete Lagoas. Promovida pelas Escolas Estaduais Deputado Renato Azeredo e Doutor Avelar, a exposição possui trabalhos artísticos feitos por alunos que exaltam a força, beleza e resistência da cultura afrobrasileira.
O projeto foi desenvolvido nas áreas de Ciências Humanas, Sociais Aplicada e Linguagens das duas escolas. Participaram alunos do Ensino Fundamental II (Tempo Integral) e alunos do Ensino Médio (2° e 3° ano). Os professores Ana Paula Moreira, Mardaina Lyra, Fernanda Marques, Júlio César Rodrigues, Fátima Dias e Simone Rodrigues se envolveram com o projeto sob a coordenação de Ilda Passos.
Ana Paula Moreira que leciona Artes na Doutor Avelar e Multiculturalismo na Deputado Renato e a professora de História na Deputado Renato Azeredo Mardaina Lyra contam que os trabalhos começaram a ser desenvolvidos em meados de junho no ambiente escolar, utilizando a metodologia de oficinas e estratégia pedagógica de monitoria.
Para Ana Paula “a proposta principal do trabalho era destacar as contribuições culturais do continente africano aqui no Brasil, sabendo que mais do que celebrar a arte, era necessário celebrar a resiliência, a história e as vozes de milhões de pessoas que moldaram e continuam a moldar o nosso país”.
Com o desenvolvimento do trabalho, surgiu a vontade de compartilhar os resultados com outras pessoas. Assim, eles decidiram expandir o projeto “para além dos muros escolares e fazer um intercâmbio criativo com a comunidade”, complementa Ana Paula.
Os alunos confeccionaram pinturas, máscaras, bonecas, pulseiras e artes em tecido que evocam a ancestralidade africana tão marcante na cultura brasileira.
A exposição também homenageia personalidades negras setelagoanas como a benzedeira Dona Geralda, Cecília Preta, grande nome do congado, e o ex-jogador de futebol João Carlos. Homens e mulheres negros de destaque nacional e mundial também foram lembrados como Machado de Assis, Conceição Evaristo, Milton Nascimento, Pelé, Nelson Mandela. Fotos das personalidades são acompanhadas por QR Codes para que os visitantes leiam mais sobre as histórias dos representados.
“A proposta desta exposição é simples, mas urgente: promover uma reflexão profunda sobre o passado e o presente, reconhecendo as feridas abertas pelo racismo, mas também celebrando a força e a criatividade que emergem dessas lutas”, explica Ana Paula.
A exposição contou ainda com uma vernissage realizada no último dia 4, abrindo as portas para cerca de cem pessoas que puderam ver de perto o trabalho. Com apresentação musical do Bloco Axé Saudade e um coquetel feito a partir de ingredientes da agricultura familiar local, professores e alunos abriram oficialmente a exposição.
A Exposição África em Nós continua no Casarão até sexta-feira dia 8 de novembro. A visitação é gratuita e pode ser feita das 8h às 17h. No horário das 14h às 17h há visita guiada por professores e alunos.