O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), voltou a adotar um tom otimista ao projetar o futuro econômico do Brasil, afirmando que o país pode encerrar 2026 “comendo até filé mignon”. A declaração, feita em entrevista à GloboNews, parece desconectada da realidade enfrentada por milhões de brasileiros, marcada pela alta dos preços dos alimentos, juros sufocantes e um crescimento econômico pífio.
Haddad destacou que o Brasil está melhor posicionado que seus vizinhos em um cenário internacional desafiador, mencionando a possibilidade de avanços com o acordo Mercosul-União Europeia. No entanto, essa visão ignora os entraves internos, como a instabilidade gerada por uma política econômica errática e uma carga tributária cada vez mais pesada, fatores que sufocam a competitividade das empresas brasileiras.
O ministro defendeu medidas como o crédito de carbono e a chamada “nova indústria Brasil” como catalisadores para o desenvolvimento. Contudo, essas iniciativas ainda estão longe de trazer benefícios concretos para a população, que enfrenta o peso de uma inflação persistente e uma economia travada.
Inflação de alimentos e dólar: velhos problemas, velhas promessas
Embora Haddad tenha garantido que o governo está “trabalhando” para conter a inflação de alimentos, a realidade aponta o contrário. O custo da cesta básica continua elevado, impactando diretamente as famílias de baixa renda. Além disso, o dólar permanece em um patamar elevado, agravando o custo de produtos importados e insumos essenciais.
O ministro citou ainda que o Ministério da Agropecuária está empenhado em controlar os preços dos alimentos, mas a ineficácia de ações concretas para lidar com crises climáticas e problemas logísticos demonstra a fragilidade da gestão.
Haddad exaltou a aprovação da reforma tributária como uma solução para os problemas estruturais do país. No entanto, especialistas alertam que o impacto real pode ser o aumento do custo para empresas e consumidores, além de abrir brechas para mais complexidades no já caótico sistema tributário brasileiro.
Realidade dura, futuro incerto
Enquanto Haddad sonha com um 2026 de filé mignon, a mesa do brasileiro segue cada vez mais vazia. A disparidade entre as promessas do governo e os desafios reais da economia nacional revela uma gestão focada em narrativas otimistas, mas incapaz de oferecer soluções concretas para a crise.
Se o governo não ajustar suas políticas e priorizar o bem-estar econômico da população, o “filé mignon” seguirá sendo um sonho distante para a maioria dos brasileiros.
com informações da Info Money