Os reflexos da crise mundial no setor siderúrgico trazem preocupação crescente em Sete Lagoas. Oficialmente, esta semana chegou a 1.460 o número de funcionários demitidos no setor. No entanto, o número pode chegar a 2 mil desempregados. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ernane Geraldo Dias, só são registrados os números dos funcionários com mais de um ano de casa. Os que trabalharam menos que 12 meses fazem o acerto nas próprias empresas, o que aumenta o índice do desemprego no setor. A situação tende a melhorar somente após o primeiro trimestre de 2009, é o que prevê o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro (Sindifer/MG), Paulino Cícero.
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O sindicalista Ernane Dias afirma que, das 22 siderúrgicas existentes na região de Sete Lagoas, apenas três não anunciaram qualquer medida diante da crise. As demais, segundo ele, já demitiram ou concederam férias coletivas aos funcionários. “A situação é grave e o comércio ainda vai sentir o efeito de tantas demissões. Por enquanto, com o dinheiro do acerto, há recursos para consumir, mas depois vem a recessão”, considera.
De acordo com o Sindifer/MG, o ferro-gusa do Estado abastece o mercado interno com 2,5 milhões de toneladas/ano e exporta 3,2 milhões de toneladas/ano. O faturamento anual é de cerca de R$ 3,9 bilhões. Os Estados Unidos são os grandes consumidores de ferro-gusa, com quase 60% do volume brasileiro exportado em 2004. O presidente do Sindifer calcula que, desde o início de setembro, pelo menos 20 alto-fornos em todo o Estado foram desligados, quase 20% dos equipamentos em Minas. A queda do preço em até 21,7% foi outra estocada no setor. Até julho, a tonelada do gusa estava cotada em US$ 830 e agora não passa dos US$ 650. “Muitas empresas mantêm os fornos abafados, aguardando eventualmente a recuperação do mercado comprador”, finaliza Cícero.
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Da redação – Sete Dias
Celso Martinelli