Segundo o deputado Guilherme Campos (DEM-SP), o tom da reunião foi “mais amistoso do que de cobrança”. Na opinião do parlamentar, o Brasil está em uma situação econômica privilegiada, mas o impacto da crise será percebida mais fortemente no primeiro trimestre de 2009.
“O Brasil ainda está no embalo de final de ano”, afirmou. Para Campos, “o BC está fazendo a parte dele”. No entanto, acrescentou, o governo precisa reduzir os gastos públicos.
Campos assinalou que a crise, no Brasil, está ligada a setores específicos – crédito e exportações – e foi agravada por causa das enchentes em Santa Catarina, o que provocou o fechamento do porto de Itajaí.
Na avaliação do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), apesar de não ser possível dimensionar “o tamanho” da crise financeira internacional, o Brasil está em situação privilegiada por contas das reservas internacionais e outros fatores econômicos. Contudo, alertou, o impacto da situação fiscal ainda não foi totalmente medido.
De acordo com Campos, o tema inflação não foi debatido na reunião com Meirelles. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se para definir a taxa básica de juros, a Selic, usada pelo Banco Central para controlar a inflação. A Selic está em 13,75% ao ano.
Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a estimativa das cinco instituições financeiras que mais acertam as projeções é de que Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 6,4%. Esse percentual está próximo do limite superior da meta de inflação para o ano, que é de 6,5% – o centro é de 4,5%.