Nos primeiros três meses deste ano, os Correios enfrentaram um prejuízo significativo. A administração da empresa pública optou por manter em sigilo os resultados econômico-financeiros para ocultar um déficit que pode atingir R$ 800 milhões, conforme revelado por fontes anônimas ao Correio.
Esse prejuízo ocorre em um período de aumento nas demandas por compras internacionais, sugerindo que a má gestão pode ser a causa do resultado negativo. Segundo os gestores, o valor exato do prejuízo continua sendo calculado. Um balanço divulgado pela empresa mostrou que os Correios encerraram dezembro de 2023 com um prejuízo de R$ 597 milhões.
Em resposta à reportagem, os Correios confirmaram que as informações sobre as contas dos primeiros três meses deste ano estão em sigilo, pois o balanço ainda não foi aprovado pelo Conselho de Administração. No entanto, a empresa afirmou que os dados serão publicados no site assim que aprovados, e que a expectativa é de um lucro de R$ 150 milhões para este ano.
Além disso, foi divulgado que 67% das compras internacionais feitas online foram tarifadas pela Receita, e que as tarifas dos Correios sofrerão um reajuste de 4,39%. Em parceria com a Serasa, os Correios também estão promovendo um megafeirão de descontos que podem chegar a 96%.
“Historicamente, os indicadores do primeiro trimestre são mais baixos e aumentam ao longo do ano. A empresa trabalha com a previsão de lucro de R$ 150 milhões para 2024”, complementou a empresa. Em 2023, os dados apontam que a arrecadação com a venda de produtos e serviços aumentou em R$ 836 milhões.
Paralelamente, a gestão atual investiu em patrocínios para eventos que, segundo informações internas, frequentemente não têm ligação com a visão estratégica de crescimento da empresa. Um festival cultural em São Paulo, que inicialmente receberia R$ 2 milhões em patrocínio, acabou recebendo R$ 6 milhões. Essas informações também foram mantidas em sigilo.