Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal Fluminense (UFF) criou um método para detectar notícias falsas, conhecidas como fake news, nas redes sociais, utilizando inteligência artificial (IA). O estudo é resultado da dissertação de mestrado do engenheiro de telecomunicações Nicollas Rodrigues pela UFF.
O estudante e seu orientador, Diogo Mattos, professor do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Redes de Nova Geração da UFF, desenvolveram uma ferramenta de IA capaz de diferenciar fatos de notícias falsas através da análise de palavras e estruturas textuais, com uma precisão de 94%.
Em outras palavras, de cada 100 notícias analisadas, a ferramenta acertava em 94 casos ao distinguir entre fato e boato. No total, foram analisadas mais de 30 mil mensagens publicadas na rede social X (antigo Twitter).
“Testamos três metodologias, e duas apresentaram maior sucesso. Sugerimos, ao final dos resultados, a possibilidade de utilizar ambas de forma complementar”, explica Rodrigues.
A primeira metodologia consistiu em treinar um algoritmo com notícias verdadeiras, para que ele aprendesse a reconhecê-las. Notícias que não se encaixavam no perfil aprendido eram classificadas como fake news.
A segunda abordagem também envolveu a análise textual, mas em vez de um algoritmo, utilizou-se uma metodologia estatística que analisava a frequência de determinadas palavras e combinações de palavras nas fake news.
Os resultados da pesquisa podem ser transformados em ferramentas úteis para que os usuários da internet identifiquem notícias com indícios de serem falsas, aumentando assim a cautela em relação à informação.
“É possível transformar a ferramenta em um plugin compatível com algumas redes sociais. Ao usar a rede social, o plugin poderia indicar não de forma assertiva que a notícia é falsa, mas que ela pode ser falsa, com base em alguns parâmetros, como erros de português. Também existe a possibilidade de criar uma aplicação web, onde o usuário cola o texto da notícia e a aplicação indica se ela se assemelha a uma notícia falsa”, explica Rodrigues.
Da Redação com Agência Brasil