No dia 9 de agosto, um avião da Voepass caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, resultando na morte de 62 pessoas, incluindo 58 passageiros. Um relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgado nesta sexta-feira (6), revelou que o copiloto, Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, relatou a presença de “bastante gelo” minutos antes da queda.
Segundo o Cenipa, os indicadores de gelo na aeronave foram acionados, mas o relatório final ainda não foi concluído. A formação de gelo nas asas é uma das hipóteses em consideração para explicar o acidente.
O avião, um ATR 72-500, prefixo PS-VPB, estava em voo de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP) quando caiu. Imagens da queda foram capturadas por redes sociais, e a Prefeitura de Vinhedo confirmou que todos os ocupantes, incluindo quatro tripulantes, morreram no acidente.
Investigação preliminar do Cenipa
As investigações conduzidas pelo Cenipa apontam que a aeronave estava navegável e atendia aos padrões da Força Aérea Brasileira (FAB). A última manutenção foi realizada no mesmo dia do acidente, e a aeronave era equipada para voar em condições de gelo. Os pilotos também tinham o treinamento necessário para essas condições.
As condições meteorológicas, que previam a presença de gelo durante o trajeto, estavam disponíveis para os pilotos. A linha do tempo dos eventos do voo, baseada nas gravações dos gravadores de dados de voo (FDR) e de voz da cabine (CVR), mostra que o primeiro alerta de gelo foi emitido ao cruzar o FL130. O copiloto mencionou a presença de “bastante gelo” às 13h20, pouco antes de a aeronave perder o controle e cair.
Linha do tempo do voo
- 11h58: A aeronave decola de Cascavel com 58 passageiros e 4 tripulantes.
- 12h14: O detector eletrônico de gelo detecta formação de gelo e um alarme é acionado.
- 13h20: O copiloto reporta “bastante gelo” e, logo depois, o controle da aeronave é perdido, entrando em uma atitude de voo anormal e colidindo com o solo.
A aeronave fez diversas voltas em “parafuso chato” antes do impacto final.
Este foi o sexto acidente aéreo mais letal da história do Brasil. As investigações continuam sob responsabilidade do Cenipa, que analisará as causas e possíveis responsabilidades pelo ocorrido.
com CNN