As exportações de carne bovina em valores caíram 45% em janeiro de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. No total do primeiro mês do ano, foram comercializadas no mercado externo US$ 255.689,81 contra US$ 465.378,81 no mesmo mês do ano passado.
Em volume, houve queda de 34%, com 81.812,41 toneladas vendidas ante as 124.696,78 toneladas exportadas em janeiro de 2008. Os dados foram divulgados hoje (12) pela Associação Brasileira das Indústrias Exportações de Carne (Abiec).
A exportação de carne in natura registrou queda de 38% com 56.599,13 toneladas exportadas em janeiro contra 91.891,35 toneladas no mesmo período de 2008. Em valores, as exportações de carne in natura caíram 54%, com o faturamento de US$ 168.463,21 ante os US$ 364.748,35 de janeiro do ano passado.
A carne industrializada totalizou 13.469,10 toneladas exportadas. Em janeiro de 2008, o volume exportado da carne industrializada chegou a 19.169,26 toneladas, representando uma queda de 18%. Em valores, a queda foi de 45%, com US$ 54.747,33 vendidos em janeiro, ante US$ 69.511,99 no mesmo mês do ano passado.
Segundo o diretor-executivo da Abiec, Otávio Hermont Cançado, a queda de janeiro deste ano se deve à antecipação das exportações promovida pelos empresários em janeiro de 2008. O movimento se deu em decorrência das restrição da carne bovina brasileira por parte da Europa. Com isso, o primeiro mês do ano alcançou números recordes em 2008, o que foi totalmente atípico para o período. “O outro fator é a crise de fato, a falta de crédito”. Para Hermont, a comparação pode até ser injusta, mas os números são um fato, conforme ressaltou.
O diretor da Abiec afirmou que, até março, o setor deve passar por uma readequação de mercado e, no segundo trimestre, será possível ter uma prévia de como vai caminhar o setor. Hermont acredita que, no segundo semestre, o setor deve recuperar seus índices, chegando em níveis iguais ou um pouco inferiores aos registrados no segundo semestre de 2008. “Assim, poderemos voltar a exportar em 2010 em franca ascensão, normalmente, com todos os mercados abertos e gerar toda renda, emprego e saldo na balança comercial”.
Na sua avaliação, a recuperação do preço dependerá da demanda dos países importadores, que queimaram estoque no final do ano passado e, agora, estão voltando a comprar do Brasil.
Segundo Hermont, as indústrias estão trabalhando com volume maior para manter a mesma renda, mas a tendência é a de que ocorra um ajuste de preços. “Isso tudo depende da demanda e da volta do crédito tanto para o exportador quanto para o importador da carne brasileira. O problema do setor não é de demanda, é de crédito, ou seja, faltou crédito no mundo e no Brasil”.
Agência Brasil