Segundo ele, as características climáticas em 2009 serão bem diferentes das do ano passado. “Pode-se esperar que devido ao fraco episódio do La Niña venha a ocorrer redução antecipada do período chuvoso em 2009, provocando um maior déficit hídrico em algumas regiões, o que normalmente ocorre somente no inverno, bem como a antecipação da chegada do frio”, analisa. O pesquisador reafirma que com a chegada antecipada do período de seca, o plantio do milho safrinha deverá se iniciar mais cedo principalmente na região Sul do país, reduzindo o risco da falta de água nas fases em que a planta mais precisa para seu desenvolvimento.
Já para a região Sul de São Paulo e para a região Sul do país, segundo Williams Ferreira, a situação é inversa. “Há 40% de probabilidade de chover menos que em outros anos, favorecendo a colheita de lavouras tardias de milho e soja”, explica. Para o Mato Grosso do Sul o cenário é semelhante. De acordo com o pesquisador, há 30% de chance de as chuvas ocorrerem abaixo da média normal do período e o frio poderá ser mais intenso que em outros anos.
El Niño e La Niña – Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, desde junho de 2008 as condições climáticas atuantes no país foram de neutralidade, o que significa que as características das estações de inverno e primavera foram típicas. “Não houve nenhuma interferência dos fenômenos El Niño ou La Niña, o que permitiu a ocorrência das fortes chuvas no final da primavera e no início do verão na região Sudeste e em parte das regiões Nordeste e Sul, que conviveu também com um grande período de estiagem”, diz.
Já a partir do início do verão de 2009, ocorreram mudanças nas condições de temperatura do Oceano Pacífico. De acordo com Williams, tais mudanças deram início a um período de transição climática, “o que caracteriza um fraco episódio do fenômeno La Niña, que deverá finalizar em meados de 2009”, prevê. Ainda segundo ele, mesmo que as atuais condições sejam características da ocorrência fraca de um La Niña, seu efeito só será sentido nos próximos meses, com mais intensidade no outono e inverno. “A razão é a própria inércia climática do fenômeno”, conclui o pesquisador.
Mais informações podem ser obtidas junto à Área de Comunicação Empresarial da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3027-1223 ou gfviana@cnpms.embrapa.br .
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