A Polícia Federal (PF) está investigando um esquema de venda de decisões judiciais que envolve advogados, lobistas e funcionários do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com informações divulgadas pela revista Veja nesta quinta-feira, 3 de outubro.
A operação foi deflagrada após o assassinato de um advogado em Cuiabá. O celular da vítima continha mensagens que expunham detalhes do esquema, incluindo a menção a quatro ministros do STJ.
As investigações apontam que decisões judiciais eram vendidas por valores milionários, com a colaboração de assessores dos ministros. Lobistas e advogados recebiam minutas das sentenças, e, mediante o pagamento de propinas, as decisões eram ajustadas para beneficiar determinados clientes. Caso a propina não fosse paga, os magistrados alteravam o resultado em favor da parte contrária.
Além da investigação da PF, o Superior Tribunal de Justiça abriu uma apuração interna sobre o caso, mas ainda não divulgou informações adicionais. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também está envolvido nas investigações e afastou dois desembargadores de Mato Grosso, que estão sob suspeita de participação no esquema. Um advogado relatou que ouviu conversas sobre a influência de uma advogada nas decisões.
A polícia de Mato Grosso está investigando a possibilidade de que o assassinato de advogados esteja ligado ao esquema de venda de sentenças, mas ainda carece de provas definitivas. Até agora, dois advogados envolvidos no caso foram mortos, levantando suspeitas sobre uma possível conexão entre os crimes e a corrupção no Judiciário. As investigações continuam em curso.
com Revista Veja