Recente edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Instituto Datafolha, revela que 97% dos brasileiros entrevistados afirmam ter participado de alguma atividade cultural nos últimos doze meses. Desses, 85% o fizeram de forma presencial, enquanto 89% participaram de atividades em casa ou online. Mais da metade dos entrevistados declarou participar de eventos presenciais ao menos uma vez por mês.
O estudo mapeia comportamentos culturais da população e traz insights sobre as preferências culturais de diferentes faixas etárias e grupos sociais.
A liderança nas preferências do público nos últimos doze meses foi para ouvir música online, citado por 83% dos entrevistados. Assistir a filmes em plataformas de streaming ocupou a segunda posição, com 73%, seguido pelo consumo de séries também online, com 69%. Em quinto e sexto lugares, aparecem mais duas atividades mediadas por telas: 56% dos entrevistados assistiram a novelas, e 52% ouviram podcasts.
As atividades presenciais ao ar livre ficaram em quarto lugar, com 66% de adesão. A leitura de livros impressos ficou na sétima posição, com 52%, seguida por shows de música (44%) e festas folclóricas e populares (42%).
O hábito de frequentar cinemas foi mencionado por 38% da amostra, seguido pelos leitores de e-books (36%). Atividades infantis foram citadas por 35% dos entrevistados, seguidas por espetáculos de dança (30%) e exposições e centros culturais (25%).
Comparado à edição anterior, destaca-se o aumento na frequência das visitas a bibliotecas (21%), espetáculos de teatro e circo (19%), museus (16%), festivais literários e musicais (12% e 11%, respectivamente) e saraus literários (8%) nesta quinta edição.
“Como era de se esperar, o consumo de produtos culturais digitais hoje é predominante, mas também observamos muito positivamente um crescimento do público nas atividades presenciais”, diz Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú.
“Fora o aumento de brasileiros que voltaram a assistir a novelas, há um forte retorno do público para ver presencialmente espetáculos de dança e atividades infantis, entre outras, como shows, teatro e festas folclóricas.”.
Atividades presenciais por classes sociais, escolaridade e outros indicadores
Entre os 61% que afirmam participar de atividades culturais presenciais ao menos uma vez por mês, 30% frequentam eventos semanalmente. 13% o fazem a cada 15 dias, e 18% apenas uma vez por mês, uma queda em relação ao ano passado, quando o índice era de 23%.
A pesquisa também revela diferenças significativas no perfil dos participantes, especialmente entre classes sociais e níveis de escolaridade. A população das classes D/E apresenta maior índice de participação em atividades culturais do que as classes A/B, com 31% contra 28%. Em relação ao nível de escolaridade, 32% dos entrevistados com ensino fundamental completo frequentam atividades culturais semanalmente, enquanto 28% dos com ensino superior fazem o mesmo.
Nas regiões do interior, 31% dos habitantes participam de atividades culturais semanalmente, enquanto nas regiões metropolitanas esse número é de 28%. As regiões Nordeste e Centro-Oeste destacam-se com 32% de engajamento, seguidas pelo Norte com 30%. No Sul e Sudeste, os índices são de 28%.
Atividades virtuais por classes sociais, escolaridade e outros indicadores
No consumo de cultura virtual, as diferenças são ainda mais marcantes. O estudo aponta um aumento expressivo no consumo cultural online: 71% dos entrevistados realizam atividades culturais online ao menos uma vez por semana, e 88% ao menos uma vez por mês, comparado com 49% e 72%, respectivamente, na edição anterior.
A participação virtual é maior entre os moradores das capitais e regiões metropolitanas, com 77%, contra 66% no interior. A faixa etária também influencia, com 78% dos jovens de 16 a 24 anos praticando atividades culturais online, enquanto apenas 62% dos entrevistados entre 45 e 65 anos fazem o mesmo.
Quanto ao nível de escolaridade, 83% dos entrevistados com ensino superior praticam atividades culturais online, enquanto 63% dos com ensino fundamental completo fazem o mesmo. Em termos de classe social, 79% dos indivíduos da classe A/B mantêm hábitos culturais virtuais, contra 60% das classes D/E.
Um retrato da pesquisa
O levantamento, que ouviu 2.494 pessoas de todas as regiões do país em agosto deste ano, aponta que 16 das 23 atividades avaliadas apresentaram crescimento. Novelas, atividades infantis e espetáculos de dança foram as que mais cresceram, com um aumento superior a 10 pontos em relação a 2023. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa completa pode ser vista aqui.
Com Fundação Itaú