O Ministério da Defesa anunciou nesta quarta-feira (11) que mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão se alistar voluntariamente nas Forças Armadas entre 1º de janeiro e 30 de junho. Essa medida é inédita e oferecerá cerca de 1,5 mil vagas em 28 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. Por enquanto Sete Lagoas não consta na lista de cidades para o alistamento de mulheres em 2025, mas há previsão de aumento gradativo do número de vagas e de cidades disponíveis (veja lista inicial das cidades a seguir).
As vagas são distribuídas em 155 na Marinha, 1.010 no Exército e 300 na Aeronáutica.
Até o momento, o alistamento aos 18 anos era exclusivo para homens, tanto convocados quanto voluntários. As novas regras, que permitem o alistamento voluntário de mulheres nessa faixa etária, foram publicadas em 28 de agosto.
Em 2025 as candidatas poderão se alistar pela internet ou presencialmente em uma Junta de Serviço Militar nas seguintes cidades:
- Águas Lindas de Goiás (GO)
- Belém (PA)
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- Campo Grande (MS)
- Canoas (RS)
- Cidade Ocidental (GO)
- Corumbá (MS)
- Curitiba (PR)
- Florianópolis (SC)
- Formosa (GO)
- Fortaleza (CE)
- Guaratinguetá (SP)
- Juiz de Fora (MG)
- Ladário (MS)
- Lagoa Santa (MG)
- Luziânia (GO)
- Manaus (AM)
- Novo Gama (GO)
- Pirassununga (SP)
- Planaltina (GO)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- Santa Maria (RS)
- Santo Antônio do Descoberto (GO)
- São Paulo (SP)
- Valparaíso de Goiás (GO)
As Forças Armadas informaram que esses municípios já contam com mulheres em suas instalações militares e estruturas como alojamentos para receber as novas candidatas. A Defesa deve fazer “adequações mínimas” para garantir a chegada das alistadas.
Critérios para o alistamento
Para se alistar voluntariamente, as candidatas devem atender a dois requisitos:
- Residir em um dos municípios incluídos no Plano Geral de Convocação;
- Completar 18 anos em 2025 (ou seja, ter nascido em 2007).
Os documentos exigidos para o alistamento incluem:
- Certidão de nascimento ou prova de naturalização;
- Comprovante de residência;
- Documento oficial com foto, como identidade ou carteira de trabalho.
Como funciona
O processo de recrutamento será dividido em várias etapas: alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação.
As candidatas passarão por uma seleção que inclui entrevista, inspeção de saúde (com exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos.
Além disso, elas poderão escolher em qual Força Armada desejam servir: Exército, Marinha ou Aeronáutica. A incorporação, no entanto, dependerá da aptidão da candidata e da disponibilidade de vagas.
Após a incorporação, as mulheres ocuparão a graduação de soldado (ou marinheiro-recruta, no caso da Marinha) e terão os mesmos direitos e deveres dos homens.
As incorporadas serão designadas para o serviço militar em 2026, nas datas de 2 a 6 de março ou de 3 a 7 de agosto, e cumprirão 12 meses de serviço – com possibilidade de prorrogação por até oito anos, caso haja interesse do comando e da própria militar.
Durante o serviço, as mulheres terão acesso a benefícios semelhantes aos dos homens, incluindo remuneração, auxílio-alimentação, licença maternidade e contagem de tempo para aposentadoria.
O Ministério da Defesa tem a intenção de aumentar progressivamente o número de mulheres recrutadas para o Serviço Militar Inicial Feminino, buscando alcançar 20% das vagas.
Mulheres nas Forças Armadas
Atualmente, as Forças Armadas contam com cerca de 37 mil mulheres, o que representa aproximadamente 10% do efetivo total.
Elas atuam principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística. Além disso, têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em instituições de ensino, como o Colégio Naval (CN) da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) da Aeronáutica.
Da Redação com g1 e O Tempo